Eurodeputados. Os portugueses que mais cartas dão no Parlamento Europeu

Eurodeputados. Os portugueses que mais cartas dão no Parlamento Europeu


Dos 21 eurodeputados portugueses, Paulo Rangel, José Manuel Fernandes e Pedro Silva Pereira são dos que mais se destacam nos estudos feitos sobre os eurodeputados mais influentes. E têm subido de posição.


O Parlamento Europeu é um órgão composto por eurodeputados que representam todos os cidadãos da UE. São, no total, 705. Desse número, Portugal soma 21 eurodeputados de vários partidos ajudando em decisões como legislação europeia, incluindo o orçamento plurianual. Segundo as contas do Parlamento Europeu, os eurodeputados – que são eleitos de cinco em cinco anos – representam os interesses de cerca de 446 milhões de cidadãos europeus.

É preciso ter em conta que o papel do eurodeputado é visto e analisado por outros órgãos e há os que decidem quais são os mais influentes. Dependendo dos estudos ou dos anos, Portugal tem pelo menos sete políticos nestas listas. A lista dos 100 mais influentes deste ano – edição de primavera -, levada a cabo pela EUMatrix, uma agência de consultoria com sede em Bruxelas, conta com três eurodeputados portugueses: Paulo Rangel, Pedro Silva Pereira e José Manuel Fernandes.

Aqui, o social-democrata Paulo Rangel ocupa o primeiro lugar entre os portugueses, com 73,75 pontos. No global, encontra-se em 12.º lugar. É destacado como ativo em assuntos internos e arquivos institucionais.

Segue-se, em segundo lugar nacional – 21.º da lista total – o socialista Pedro Silva Pereira, com destaque em assuntos constitucionais e arquivos económicos. Soma 68,28 pontos.

A fechar o pódio – ocupando o 27.º lugar da lista global – e com 66,22 pontos, está o social-democrata José Manuel Fernandes, com destaque em dossiês económicos e orçamentais.

A pontuação média de influência dos eurodeputados do nosso país é de 31,59 pontos.

Olhando para os dados de 2022 da mesma agência de consultoria, há mais um eurodeputado: José Gusmão. E nota-se uma grande diferença de um ano para o outro. José Gusmão aparece no lugar 100, mesmo no fim da lista, com pouco mais de 38 pontos de influência. E os restantes três eurodeputados são os mesmos que aparecem em 2023 mas com mudanças grandes de lugares e cadeiras. Em primeiro lugar está José Manuel Fernandes (25.º lugar), seguido de Pedro Silva Pereira (26.º lugar) e Paulo Rangel (72.º lugar).

Mas este não é o único estudo e, daqueles que ainda estão acessíveis, há sempre nomes portugueses. José Manuel Fernandes é o eurodeputado que mais vezes aparece. Mas também Pedro Silva Pereira e Paulo Rangel.

Em 2020, o ranking da Votewatch, nomeava três eurodeputados portugueses como os mais influentes entre os 705 deputados que compõem o Parlamento Europeu. No top 50 da avaliação anual dos deputados europeus “mais bem posicionados para influenciar a formulação das políticas europeias nos próximos anos”, estavam os social-democratas José Manuel Fernandes e Paulo Rangel e também o socialista Pedro Silva Pereira.

Neste ranking, era a José Manuel Fernandes que cabia a medalha de ouro dos eurodeputados portugueses mais influentes, ocupando a 7.ª posição. A justificar esta escolha, estava o seu papel em negociações do programa InvesEU, ou o seu trabalho nas negociações do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020. Destaque ainda para o facto de ser um dos relatores dos recursos próprios da União Europeia.

Neste top 50, o segundo lugar entre os portugueses vai para Pedro Silva Pereira, com o socialista a ocupar o 33.º lugar na lista. Foi distinguido pelo seu papel enquanto vice-presidente do Parlamento Europeu e relator de “dossiês essenciais”, com destaque para a parceria económica entre a UE e o Japão e a criação do Fundo Monetário Europeu. O estudo aponta ainda para a sua importância na divisão das cadeiras parlamentares pós-Brexit, trabalho pelo qual foi um dos responsáveis.

Os sociais-democratas têm mais um lugar neste ranking e pertence a Paulo Rangel, que alcançou o 44.º lugar devido ao seu trabalho enquanto vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE) e ainda como relator dos progressos na Bósnia-Herzegovina devido à candidatura deste país à União Europeia.

Outras conclusões de 2023 Os dados do EUMatrix mostram que os 10 eurodeputados mais influentes desde 2019 são: Manfred Weber, Roberta Metsola, Iratxe García Pérez, Heidi Hautala, Juan Fernando López Aguilar, Dita Charanzová, Johan van Overtveldt, Othmar Karas, Bernd Lange e Bas Eickhout.

A delegação alemã é a mais influente em geral e também uma das que apresentam melhor desempenho proporcionalmente ao seu tamanho. Por outro lado, os italianos e, em menor grau, os franceses têm tido um desempenho insatisfatório (independentemente do tamanho das suas delegações). De entre os países pequenos, os malteses, os luxemburgueses e os finlandeses são os que mais se destacam, enquanto os cipriotas, os italianos e os húngaros são os grupos nacionais com menor desempenho.

Já o PPE continua a ser o grupo mais influente quando considerado como um todo, embora os membros do Renew tendam a sobressair mais, especialmente no que diz respeito a posições de liderança, atividades legislativas e desempenho eleitoral. No entanto, os membros do S&D e do PPE ainda têm uma vantagem no que diz respeito à sua rede, “também devido à maior antiguidade dos seus deputados”.