“Sem futuro não há paz”


O activista climático Robin Boardman, co-fundador da ‘Extinction Rebellion’, esteve em Portugal em julho e disse que nunhum país está no caminho certo para o combate às alterações climáticas.


De entre as várias manifestações de jovens em prol da “emergência climática” assistimos nos últimos dias a um ataque de duas activistas do movimento Greve Climática Estudantil, com objectos de tinta verde, ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática e quando abria o CNN Portugal Summit, um evento sob o tema “A nova energia é verde”, patrocinado pela Galp e pela EDP.

Nesta ocasião, as duas jovens gritaram “sem futuro não há paz”, bem como que “este é o último inverno com gás”, que “o Governo provou que não quer saber da transição climática ao fazer conferências com a EDP e a GALP” e ainda que Duarte Cordeiro não tinha “legitimidade social para falar sobre crise climática”.

Esta manifestação, merece-me algumas considerações neste artigo.

 

O IPCC – ORGANIZAÇÃO POLíTICO-CIENTíFICA

Há muito que a sede do efeito das alterações climáticas deixou o âmbito da ciência para passar para o controle do IPCC que, ao assumir-se como detentor único do conhecimento científico do clima, estabelece as medidas de mitigação, bloqueia e ostraciza aqueles que dele discordam e atribui-lhes o anátema de negacionistas. Sendo uma instituição político-científica, o IPCC está exposto a jogos de poder e fortes interesses organizados.

 

A EXTINCTION REBELLION EM PORTUGAL

Recentemente, em 6 de Julho, a Lusa reportou a primeira de 2 palestras do activista climático Robin Boardman (co-fundador da ‘Extinction Rebellion), no Goethe-Institut em Lisboa.

Algumas ideias e citações retidas:

• “Nenhum país” está ainda no caminho certo para o combate às alterações climáticas, …frisando que Portugal também não está a reduzir (as emissões) o suficiente.

• A ciência é clara. Precisamos de reduzir pelo menos metade das emissões até 2030 e Portugal não está no caminho certo, mas está melhor que o Reino Unido.”

• “Alguns políticos não estão a dizer a verdade … porque não querem perder votos através de políticas que não são populares nesta matéria e, por isso, temos este problema de acção lenta e as pessoas desconhecem a gravidade da situação”.

• a mudança deve ser feita “com o movimento do povo e não apenas [com a] política do Governo”.

• “Precisamos de um movimento nacional para fomentar esta mentalidade para um mundo novo”.

• “…a ‘Extinction Rebellion’ vai “organizar uma declaração de rebelião em Portugal”, em setembro, como no Reino Unido e na Alemanha.

• Precisamos desta aliança …. para partilhar táticas, para partilhar emoções.

• “Observo todos os dias a ciência. Sinto no coração o peso de não podermos mudar e reverter completamente estas coisas [alterações climáticas]. Vamos sofrer — e estamos a sofrer agora — com os incêndios florestais, com o calor no Texas [Estados Unidos] e noutras partes do mundo. Está a matar as pessoas”.

• A espécie humana, face à situação, terá de reduzir as emissões de gases poluentes, proteger a biodiversidade e adaptar-se, disse o rebelde, como se intitula.

 

A ANSIEDADE CLIMÁTICA É FUNDAMENTAL NO JOGO ALARMISTA

Stephen McMurray, jornalista membro da Free Speech Union, publicou um interessante artigo em 31 de Outubro de 2022 e que enquadra bem a abordagem do activista atrás referido: “The Climate Change Cult and the War on the Mind”. Na introdução escreve o seguinte:

“Como o grupo de eco-zealotes Just Stop Oil continua a infringir a lei e a causar o caos, talvez seja altura de investigar quem está a puxar os cordelinhos deste e de outros falsos movimentos de base. Mesmo um olhar superficial tornará claro que as pessoas por detrás deles não são membros comuns do público, mas um grupo de bilionários americanos altamente influentes.”

Nele identifica a rede dos principais investidores e seus agentes principais, entidades financiadoras e de investimento e também de condicionamento comportamental, alguns deles actuando, directa ou indirectamente, em Portugal:

Climate Emergency Fund, i(x) Net Zero, Breakthrough Energy, Just Stop Oil, Oil Change, Extinction Rebellion, Climate Awakening, Good Grief Network, Conceivable Future, Climate Psychology Alliance e Climate Psychologists.

Retirados também daquele artigo, vejamos a abordagem de 2 entidades:

• Climate Psychology Alliance

É hoje amplamente aceite que os factos e a informação sobre o risco das alterações climáticas, por si só, não promovem a mudança. Há uma aceitação crescente de que o movimento para as alterações climáticas poderia ser enriquecido com a incorporação de perspectivas psicológicas mais profundas.

A ansiedade climática e o luto climático geralmente coexistem, e é elementar ver que ambos são fenómenos fundamentalmente saudáveis… Devido às [suas] interconexões, os métodos para enfrentar o luto climático também ajudam a canalizar a ansiedade climática de forma construtiva. De facto, muitas formas actuais de acção climática integram elementos de “trabalho de luto” no activismo público.

• House of Lords

Em 12 de outubro de 2022, a Comissão do Ambiente e das Alterações Climáticas da Câmara dos Lordes do Reino Unido publicou um relatório sob o título “In our Hands: Behaviour change for climate and environmental goals”. Trata-se de um documento no qual o governo afirma abertamente que todos os aspectos da nossa vida têm de ser geridos para atenuar o impacto das alterações climáticas e que é necessário utilizar na população técnicas de controlo mental, muito semelhantes às utilizadas para forçar o público a aceitar os confinamentos devido à Covid. Sir Patrick Vallance, um dos arquitectos da desastrosa política da Covid, foi uma testemunha. Ele disse à comissão: “A realidade é que a mudança comportamental faz parte do objetivo de atingir o Net Zero. É indiscutível.”

Stephen McMurray conclui assim: “É evidente que os alarmistas do clima, com o apoio de multimilionários, psicólogos e do governo, estão a travar uma guerra contra as mentes das pessoas para provocar a distopia do Grande Reset.

… não é a crise climática que constitui a maior ameaça ao nosso bem-estar, mas sim os alarmistas da crise climática que querem eliminar os últimos vestígios da nossa liberdade e mergulhar-nos numa Idade das Trevas sem fim.”

No meu último artigo – Histeria Climática ou Competitividade e Adaptação? – escrevi:

“O anúncio contínuo da desgraça iminente dificulta a possibilidade de enfrentar a realidade e também gera todo o tipo de fantasia totalitária… tudo se justifica, reduzir as emissões de CO2 a qualquer preço ou assumir formas cada vez mais violentas de eco-terrorismo.”

 

PORTUGAL E O FUTURO

A dois meses da COP28 no Dubai os alarmistas agitam-se, mas estamos todos suspensos e preocupados pois a Europa

• está paralisada no desenho do mercado de energia que acomode 100% de renováveis

• está entalada no mercado da transição energética entre o domínio avassalador da China e os subsídios nos EUA.

• voltou atrás na proibição de venda de motores de combustão já no início da próxima década

• está a perder o poder da ilusão de uma transição energética maravilhosa pois as tecnologias renováveis estão caras

• está a ficar sozinha num quadro geo-estratégico muito instável

Portugal

Segundo o Ministro, “tendo em conta aquilo que é a evidência do impacto que as alterações climáticas têm, aquilo que os cientistas nos têm transmitido e os apelos do secretário de Estado da ONU, temos de trabalhar na aceleração da transição energética para reduzir as nossas emissões, estando à altura dos nossos compromissos”. Porém, Portugal

• Não tem planeamento para responder aos compromissos levianos que assumiu.

• Com ambição, alocou 41,2% do PRR ao combate às alterações climáticas.

Os esforços nacionais individuais são ineficientes, muito caros e sempre insuficientes para acalmar as ansiedades.

 

“O FIM DO MÊS PASSA ANTES DO FIM DO MUNDO”

“Sem futuro não há paz”


O activista climático Robin Boardman, co-fundador da ‘Extinction Rebellion’, esteve em Portugal em julho e disse que nunhum país está no caminho certo para o combate às alterações climáticas.


De entre as várias manifestações de jovens em prol da “emergência climática” assistimos nos últimos dias a um ataque de duas activistas do movimento Greve Climática Estudantil, com objectos de tinta verde, ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática e quando abria o CNN Portugal Summit, um evento sob o tema “A nova energia é verde”, patrocinado pela Galp e pela EDP.

Nesta ocasião, as duas jovens gritaram “sem futuro não há paz”, bem como que “este é o último inverno com gás”, que “o Governo provou que não quer saber da transição climática ao fazer conferências com a EDP e a GALP” e ainda que Duarte Cordeiro não tinha “legitimidade social para falar sobre crise climática”.

Esta manifestação, merece-me algumas considerações neste artigo.

 

O IPCC – ORGANIZAÇÃO POLíTICO-CIENTíFICA

Há muito que a sede do efeito das alterações climáticas deixou o âmbito da ciência para passar para o controle do IPCC que, ao assumir-se como detentor único do conhecimento científico do clima, estabelece as medidas de mitigação, bloqueia e ostraciza aqueles que dele discordam e atribui-lhes o anátema de negacionistas. Sendo uma instituição político-científica, o IPCC está exposto a jogos de poder e fortes interesses organizados.

 

A EXTINCTION REBELLION EM PORTUGAL

Recentemente, em 6 de Julho, a Lusa reportou a primeira de 2 palestras do activista climático Robin Boardman (co-fundador da ‘Extinction Rebellion), no Goethe-Institut em Lisboa.

Algumas ideias e citações retidas:

• “Nenhum país” está ainda no caminho certo para o combate às alterações climáticas, …frisando que Portugal também não está a reduzir (as emissões) o suficiente.

• A ciência é clara. Precisamos de reduzir pelo menos metade das emissões até 2030 e Portugal não está no caminho certo, mas está melhor que o Reino Unido.”

• “Alguns políticos não estão a dizer a verdade … porque não querem perder votos através de políticas que não são populares nesta matéria e, por isso, temos este problema de acção lenta e as pessoas desconhecem a gravidade da situação”.

• a mudança deve ser feita “com o movimento do povo e não apenas [com a] política do Governo”.

• “Precisamos de um movimento nacional para fomentar esta mentalidade para um mundo novo”.

• “…a ‘Extinction Rebellion’ vai “organizar uma declaração de rebelião em Portugal”, em setembro, como no Reino Unido e na Alemanha.

• Precisamos desta aliança …. para partilhar táticas, para partilhar emoções.

• “Observo todos os dias a ciência. Sinto no coração o peso de não podermos mudar e reverter completamente estas coisas [alterações climáticas]. Vamos sofrer — e estamos a sofrer agora — com os incêndios florestais, com o calor no Texas [Estados Unidos] e noutras partes do mundo. Está a matar as pessoas”.

• A espécie humana, face à situação, terá de reduzir as emissões de gases poluentes, proteger a biodiversidade e adaptar-se, disse o rebelde, como se intitula.

 

A ANSIEDADE CLIMÁTICA É FUNDAMENTAL NO JOGO ALARMISTA

Stephen McMurray, jornalista membro da Free Speech Union, publicou um interessante artigo em 31 de Outubro de 2022 e que enquadra bem a abordagem do activista atrás referido: “The Climate Change Cult and the War on the Mind”. Na introdução escreve o seguinte:

“Como o grupo de eco-zealotes Just Stop Oil continua a infringir a lei e a causar o caos, talvez seja altura de investigar quem está a puxar os cordelinhos deste e de outros falsos movimentos de base. Mesmo um olhar superficial tornará claro que as pessoas por detrás deles não são membros comuns do público, mas um grupo de bilionários americanos altamente influentes.”

Nele identifica a rede dos principais investidores e seus agentes principais, entidades financiadoras e de investimento e também de condicionamento comportamental, alguns deles actuando, directa ou indirectamente, em Portugal:

Climate Emergency Fund, i(x) Net Zero, Breakthrough Energy, Just Stop Oil, Oil Change, Extinction Rebellion, Climate Awakening, Good Grief Network, Conceivable Future, Climate Psychology Alliance e Climate Psychologists.

Retirados também daquele artigo, vejamos a abordagem de 2 entidades:

• Climate Psychology Alliance

É hoje amplamente aceite que os factos e a informação sobre o risco das alterações climáticas, por si só, não promovem a mudança. Há uma aceitação crescente de que o movimento para as alterações climáticas poderia ser enriquecido com a incorporação de perspectivas psicológicas mais profundas.

A ansiedade climática e o luto climático geralmente coexistem, e é elementar ver que ambos são fenómenos fundamentalmente saudáveis… Devido às [suas] interconexões, os métodos para enfrentar o luto climático também ajudam a canalizar a ansiedade climática de forma construtiva. De facto, muitas formas actuais de acção climática integram elementos de “trabalho de luto” no activismo público.

• House of Lords

Em 12 de outubro de 2022, a Comissão do Ambiente e das Alterações Climáticas da Câmara dos Lordes do Reino Unido publicou um relatório sob o título “In our Hands: Behaviour change for climate and environmental goals”. Trata-se de um documento no qual o governo afirma abertamente que todos os aspectos da nossa vida têm de ser geridos para atenuar o impacto das alterações climáticas e que é necessário utilizar na população técnicas de controlo mental, muito semelhantes às utilizadas para forçar o público a aceitar os confinamentos devido à Covid. Sir Patrick Vallance, um dos arquitectos da desastrosa política da Covid, foi uma testemunha. Ele disse à comissão: “A realidade é que a mudança comportamental faz parte do objetivo de atingir o Net Zero. É indiscutível.”

Stephen McMurray conclui assim: “É evidente que os alarmistas do clima, com o apoio de multimilionários, psicólogos e do governo, estão a travar uma guerra contra as mentes das pessoas para provocar a distopia do Grande Reset.

… não é a crise climática que constitui a maior ameaça ao nosso bem-estar, mas sim os alarmistas da crise climática que querem eliminar os últimos vestígios da nossa liberdade e mergulhar-nos numa Idade das Trevas sem fim.”

No meu último artigo – Histeria Climática ou Competitividade e Adaptação? – escrevi:

“O anúncio contínuo da desgraça iminente dificulta a possibilidade de enfrentar a realidade e também gera todo o tipo de fantasia totalitária… tudo se justifica, reduzir as emissões de CO2 a qualquer preço ou assumir formas cada vez mais violentas de eco-terrorismo.”

 

PORTUGAL E O FUTURO

A dois meses da COP28 no Dubai os alarmistas agitam-se, mas estamos todos suspensos e preocupados pois a Europa

• está paralisada no desenho do mercado de energia que acomode 100% de renováveis

• está entalada no mercado da transição energética entre o domínio avassalador da China e os subsídios nos EUA.

• voltou atrás na proibição de venda de motores de combustão já no início da próxima década

• está a perder o poder da ilusão de uma transição energética maravilhosa pois as tecnologias renováveis estão caras

• está a ficar sozinha num quadro geo-estratégico muito instável

Portugal

Segundo o Ministro, “tendo em conta aquilo que é a evidência do impacto que as alterações climáticas têm, aquilo que os cientistas nos têm transmitido e os apelos do secretário de Estado da ONU, temos de trabalhar na aceleração da transição energética para reduzir as nossas emissões, estando à altura dos nossos compromissos”. Porém, Portugal

• Não tem planeamento para responder aos compromissos levianos que assumiu.

• Com ambição, alocou 41,2% do PRR ao combate às alterações climáticas.

Os esforços nacionais individuais são ineficientes, muito caros e sempre insuficientes para acalmar as ansiedades.

 

“O FIM DO MÊS PASSA ANTES DO FIM DO MUNDO”