Santana avança com auditoria às contas entre 1998 e 2021

Santana avança com auditoria às contas entre 1998 e 2021


Auditoria à dívida do município vai ser realizada pela Deloitte por cerca de 69 mil euros e tem um prazo de execução de 70 dias.


A Câmara Municipal da Figueira da Foz vai avançar com uma auditoria financeira à dívida do município, de acordo com o contrato publicado no Portal Base. A auditoria abrange os executivos em exercício entre 1998 e 2021.

Segundo o anúncio publicado a semana passada no Portal Base, a auditoria vai ser realizada pela Deloitte & Associados por 69 400 euros, com um prazo de execução de 70 dias.

No início deste ano, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, já tinha anunciado a intenção de a Câmara avançar com uma auditoria à evolução da dívida a partir de 1998, uma das suas promessas eleitorais nas autárquicas de 2021.

“É um trabalho de que não prescindo, de conhecimento, que até pode ser contra mim”, disse, na altura, em sessão de Câmara, Santana Lopes, que também liderou a autarquia figueirense entre 1997 e 2001.

“Por mais que eu peça aos serviços, não consigo ter uma resposta esclarecedora da evolução da dívida, nem há ninguém que me a consiga explicar”, justificou o o autarca. A dívida da autarquia tem sido utilizada como arma de arremesso político entre PS e PSD. Entre 1997 e 2009, foram os sociais-democratas que estiveram à frente da Câmara da Figueira da Foz:_ Santana Lopes com um mandato autárquico e Duarte Silva com dois.

Em 2011, já com João Ataíde aos comandos, o município teve de recorrer a um Plano de Saneamento Financeiro que vigorou até 2018. Quando os socialistas regressaram ao poder, herdaram uma dívida de cerca de 90 milhões de euros. O último presidente da câmara do PS, Carlos Monteiro, nas suas intervenções sobre esta questão, sempre alegou que a maior parte reportava-se aos mandatos de Duarte Silva.

“Tentei apurar [os valores da dívida] internamente, pedi documentos, para pouparmos dinheiro ao município. Confesso que não ficámos esclarecidos. Quando saí [em 2002], eram 30 milhões; quando acabaram os mandatos de Duarte Silva, eram 90 milhões. Quero que tudo isso fique escrito. Quero isso esclarecido. Foi prometido antes das eleições e não quero perder mais tempo”, afirmou Santana Lopes em declarações ao diário As Beiras, em janeiro.