O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, anunciou esta terça-feira, que a cooperação com as autoridades africanas resultou, no ano passado, na detenção de mais 2.400 pessoas e na interceção de mais de 126 milhões de euros.
Os dados foram divulgados em Luanda, na abertura da 26ª conferência Regional Africana da Interpol, que conta com a presença de 250 delegados de vários países e altos dirigentes internacionais e angolanos.
Jürgen Stock esclareceu que Africa é uma das principais prioridades da Interpol “apenas no ano passado, os dados partilhados pela polícia africana aumentaram 7%, enquanto o uso de bases de dados da Interpol cresceu 26%.
O responsável acrescentou ainda que “a rede segura de comunicações policiais da Interpol I-24/7 foi alargada com sucesso, para além dos serviços centrais nacionais em 47 países membros africanos”.
A Interpol também tem trabalhado para apoiar países membros africanos no reforço da capacidade policial e “só em 2023” foram implementadas “mais de 40 inciativas” no valor de 170 milhões de euros, somente “dedicadas ao reforço das capacidades africanas de aplicação da lei”.
Angola, segundo o secretário-geral da Interpol, tem sido um membro ativo da organização, fazendo parte de vários projetos e, o facto de ser anfitriã, demonstra “o empenho firme do país com a cooperação policias internacional”.
Porém, Jürgen Stock deixou um alterta para o aumento do crime organizado, que se está a tornar, para vários países africanos, uma “emergência de segurança nacional”.
“Sem uma resposta internacional urgente, vão ameaçar as nossas comunidades, as nossas empresas e mesmo o nosso planeta, à medida que os recursos naturais são explorados a uma escala industrial”, avisou.
O secretário-geral da Interpol defendeu, por isso, que nenhum país pode enfrentar esses desafios sozinho e que só uma cooperação policial forte pode ajudar a acabar com as redes criminosas transcontinentais.