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Esta afirmação do político japonês suscitou diversas críticas, incluindo de diversos sectores de Taiwan, alguns dos quais lamentaram que Aso não só não tenha pedido desculpa pelo passado domínio colonial do território por parte do Japão, mas ainda que viesse agora encorajar Taiwan a enveredar pela guerra, o que revela a tendência militarista de alguns responsáveis japoneses.
Houve quem recordasse que em meados do século XIX, o Japão ocupou a ilha, tendo como objetivo principal, para além da anexação de Taiwan, a conquista da Ásia Oriental e até mesmo "o domínio do mundo".
Em 1895, o governo Qing foi derrotado na Guerra Sino-Japonesa e foi forçado a assinar o Tratado de Shimonoseki. Como resultado, o Japão apoderou-se de Taiwan e das ilhas Penghu e iniciou o seu domínio colonial de 50 anos, cometendo inúmeros crimes.
A fim de reforçar esse domínio, os japoneses reprimiram brutalmente a luta do povo de Taiwan.
Em junho de 1896, o exército japonês levou a cabo um massacre sangrento de cinco dias em mais de 70 aldeias de Taiwan, no qual foram mortas mais de 30 mil pessoas e muitas aldeias foram exterminadas, no que ficou conhecido como "Massacre de Yunlin". Em 1930, os aborígenes de Taiwan lançaram a Revolta de Mushi. As autoridades japonesas mobilizaram mais de 4 mil soldados para bombardear a região de Wushe, o que resultou na quase extinção dos aborígenes locais. De acordo com estatísticas incompletas, o Japão matou cerca de 600 mil pessoas em Taiwan durante o seu período colonial.
Além disso, o Japão também intensificou a pilhagem económica de Taiwan, monopolizando o comércio com o exterior e transferindo enormes recursos para o Japão. No final da década de 1930, mais de 80% do produto nacional bruto de Taiwan era exportado para o Japão. Em 1945, o capital monopolista colonial japonês controlava 60% do total dos depósitos bancários, 96% da indústria de energia eléctrica e 94% da indústria açucareira de Taiwan.
Em termos de cultura, o Japão prosseguiu uma política de assimilação colonial em Taiwan, implementando a chamada "campanha de imperialização". Inculcaram a língua e a cultura japonesas no povo de Taiwan, visando transformar os habitantes locais em submissos japoneses. Ao mesmo tempo, proibiram a transmissão da língua e da cultura chinesas, e até mesmo a utilização de nomes chineses pelo povo, numa tentativa de eliminar a influência da cultura chinesa. A "campanha de imperialização" foi combatida pela maioria do povo de Taiwan, mas também criou um pequeno grupo de elementos pró-japoneses, cujas ideias de escravatura se tornaram a fonte ideológica do primeiro grupo de activistas da "independência de Taiwan".
Reconhecendo os graves crimes cometidos pelo Japão na sua colonização de Taiwan e na invasão da China, na Declaração Conjunta Sino-Japonesa emitida em 1972, o lado japonês expressou a sua profunda introspeção sobre os grandes danos causados pela guerra ao povo chinês, reconheceu que o Governo da República Popular da China é o único governo legítimo da China e exprimiu a sua compreensão e pleno respeito pela posição da China de que Taiwan é uma parte inalienável do território chinês.
Responsáveis chineses consideram que “como antigo Primeiro-Ministro do Japão, é impossível que Aso não esteja bem ciente do compromisso assumido pelo Governo japonês para com a China”. E crescentam: “Por isso, as suas declarações não só contrariam o compromisso do Japão, como reflectem arrogância colonialista e intenções condenáveis, que ameaçam as relações sino-japonesas”.
Recorde-se que na nova versão do Livro Branco sobre a Defesa, publicado no passado mês de Julho, o Japão exagerou a situação tensa no estreito de Taiwan, procurando captar o apoio do povo japonês para a expansão das suas forças de defesa. A partir disso, é fácil perceber que Taiwan é um meio importante para o Japão se livrar da Constituição de Paz, ressuscitar o seu sonho de se tornar uma grande potência militar e fortalecer a aliança Japão-EUA.
Enquanto Vice-Presidente do partido no poder no Japão, Taro Aso parece personificar algumas facções da direita japonesa, que negam a História.
Mas estamos na terceira década do séc. XXI, e o Japão há muito que deixou de ser o colonizador, pelo que não deve intrometer-se na questão de Taiwan.
Os responsáveis chineses sublinham que “a reunificação da China é uma tendência histórica imparável”.