A Federação Nacional dos Médicos admitiu que acontecerão novas greves durante agosto, uma decisão relevada depois de uma reunião, na véspera do fim das negociações, onde Governo não formalizou uma proposta de revisão das grelhas salariais.
"Mantemos a greve de 5 e 6 de julho e provavelmente o que se advinha é que, se amanhã [sexta-feira] nada acontecer, vamos ter de prosseguir com as greves em agosto. Não é possível de outra maneira", revelou à Lusa a presidente da federação, Joana Bordalo e Sá.
Era suposto a reunião que aconteceu hoje entre a FNAM e o Ministério da Saúde ter sido a última do processo negocial iniciado ainda em 2022 e que, segundo o calendário previamente estabelecido, chega ao fim na sexta-feira.
Joana Bordalo e Sá acrescentou que estava previsto que, nesta ronda negocial, fosse entregue "um acordo de princípios" sobre as grelhas salariais dos médicos, "já com alguns valores e algumas percentagens", o que "não foi feito".
"Não foi discutido e, como tal, foi marcada uma nova reunião" para sexta-feira, o último dia das negociações conforme previsto no protocolo negocial acordado entre as duas partes, afirmou a presidente da federaçã.
"Gostamos de funcionar de uma forma programada e, fruto dessa incompetência organizacional, as coisas são atabalhoadas. Isso não é normal", confessou Joana Bordalo e Sá, revelando ainda que quem está "nas mãos, uma vez mais, do Ministério da Saúde tentar resolver essa situação de uma vez por todas, para bem do Serviço Nacional de Saúde, dos doentes e dos utentes".