Aos 78 anos de idade, João Correia foi nomeado para o cargo de vogal da mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). A nomeação assinada pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi publicada em Diário da República na passada sexta-feira.
Ex-secretário de Estado da Justiça no segundo Governo de José Sócrates, entre novembro de 2009 e novembro de 2010, quando Alberto Martins estava à frente da tutela, João Correia foi a escolha da nova provedora da SCML, Ana Jorge, que tomou posse no início de maio.
Além de já ter desempenhado funções como vice-presidente do conselho geral da Ordem dos Advogados ou como presidente da Direção da Liga Portuguesa de Direitos Humanos – CIVITAS, João Correia cruzou-se com Ana Jorge durante a governação socialista de Sócrates quando esta era ministra da Saúde.
A par do antigo secretário de Estado, Teresa de Andrade do Passo de Sousa foi também nomeada para o cargo de vogal da mesa da SCML. Licenciada em Gestão pelo Instituto Superior de Gestão, foi presidente do conselho de administração da Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, entre 2004 e 2018, e assessora do vice-presidente e coordenadora de equipa de projeto do plano de investimento e financiamento do município de Lisboa 21@30, entre 2018 e 2023.
A nota curricular que acompanha o despacho de nomeação publicado em Diário da República faz ainda menção ao trabalho de voluntariado enquanto vogal do conselho fiscal do Centro Paroquial de Assistência de Santa Maria de Belém e como voluntária na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, que se realizará em agosto deste ano.
A compor a restante mesa da administração da instituição, foi também reconduzido Sérgio Cintra, cujo mandato à frente do departamento de Ação Social e Saúde terminou há um ano, e foi ainda nomeado Nuno Miguel Alves, antigo adjunto do gabinete de Ana Mendes Godinho, quando esta era secretária de Estado do Turismo (2015-2019).
A mesa é composta pelo provedor, pelo vice-provedor e por quatro vogais, que são nomeados pelo membro do Governo que exerce a tutela sobre a SCML, neste caso a ministra do Trabalho, sob proposta do provedor e os seus mandatos são de três anos, renováveis por iguais períodos.
Os novos administradores assumiram funções no início deste mês, tendo a sucessora de Edmundo Martinho, provedor cessante da SCML, defendido que a instituição, que celebra 525 anos, precisa de uma reorganização interna e de «desbravar novas rotas» para assegurar sustentabilidade financeira.
Na tomada de posse como nova provedora da SCML, para um mandato de três anos, Ana Jorge frisou que o problema maior da instituição é a sustentabilidade, apesar de a instituição ter conseguido sempre gerir os altos e baixos.
«Somos demasiado importantes para o dia-a-dia de milhares de pessoas e de organizações, e não podemos vacilar. Há que encontrar novas formas de receitas para que possamos continuar a responder mais e melhor a todos quantos de nós dependem», reforçou.
Em 2022, a SCML teve um resultado líquido positivo, com um lucro de 10,9 milhões de euros, depois de dois anos de prejuízos. Em 2020 e em 2021 os prejuízos somaram 52 milhões de euros e 20,1 milhões de euros, respetivamente.
Em abril, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que tem a tutela da instituição, justificou que a pandemia de covid-19 foi um fator de grande pressão sobre as contas da SCML porque fez subir os custos com as respostas sociais enquanto caíram de forma abrupta as receitas com os jogos sociais.