Educação. Quase 40 escolas inspecionadas por suspeita de notas inflacionadas

Educação. Quase 40 escolas inspecionadas por suspeita de notas inflacionadas


Sete estabelecimentos foram alertados para “repor legalidade” das classificações atribuídas. Governo está a preparar quadro sancionatório.


A Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) fiscalizou, este ano, 39 escolas onde as notas dos alunos pareciam ser excessivamente elevadas. Como resultado foi recomendado a sete estabelecimentos de ensino a "reposição imediata da legalidade" das classificações atribuídas.

Depois de a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) ter identificado num estudo, divulgado em janeiro, várias escolas onde as notas atribuídas pareciam ser excessivamente elevadas, o IGEC decidiu inspecionar 39.

A operação foi realizada entre os meses de fevereiro e março em 37 estabelecimentos cooperativos e privados e em duas escolas públicas.

"Em sete (escolas) tivemos de recomendar a reposição imediata da legalidade porque havia critérios que não estavam bem delineados", explicou o inspetor-geral da Educação e Ciência (DGEC), Luís Capela, citado pela agência Lusa.

Em todas as escolas inspecionadas "houve recomendações de aperfeiçoamento de critérios", mas em sete estabelecimentos de ensino o IGEC sentiu que era preciso uma atuação mais forte, adiantou o responsável.

Sublinhe-se que desde 2019, as inspeções do IGEC já deram origem a cerca de 85 processos disciplinares com sanções aplicadas.

O ministro da Educação também comentou o resultado da operação de fiscalização das escolas e salientou que “é importante que os dados se transformem em informação e a informação em ação".

"Num universo de mais 400 escolas públicas, aparecem quatro" com problemas na atribuição das notas e "no universo de escolas privadas, que é quatro vezes menor, o número de escolas com comportamentos desviantes é dez vezes maior", sublinhou João Costa, anunciando que está a ser revisto o "regime sancionatório das escolas privadas".

Sublinhe-se que a inflação de notas não está tipificada como crime e por isso não existe um quadro sancionatório.