O mundo de hoje: entre a guerra e um acordo social justo e alargado


Os que mais detêm continuam indisponíveis para repartir a mais pequena parte da riqueza que todos os dias acumulam, o que, para os menos favorecidos, constitui uma afronta óbvia, persistente e chocante.


Uma sociedade, para se manter unida e com vontade de, assim, continuar, tem de encontrar um equilíbrio entre os interesses de todos e fazer dele um desígnio comum.

Claro está, todos sabemos, que numa mesma sociedade coexistem interesses diferenciados, sendo que alguns são, de raiz, antagónicos.

Os primeiros podem, ainda assim, conciliar-se, se, de tal compromisso, resultarem vantagens concretas e imediatas para todos os que os assumem ou representam.

Neste contexto, um tal acordo há-de resultar, desde logo, da margem de concessões que as distintas frações da sociedade, para preservarem a sua unidade e a sua identidade comum, admitem fazer sem, simultaneamente, revogarem as suas aspirações essenciais.

Isto não significa, todavia, que todos beneficiem ao mesmo tempo e de igual maneira do mesmo compromisso.

Sabemos que nunca assim foi.

O importante é que tal compromisso sirva de projeto – e, portanto, de cimento – para uma parte muito significativa da sociedade: que sirva de esperança e desígnio comum para a maioria.

Para subsistir, tal acordo deve, também, ser imediatamente satisfatório para a os menos favorecidos.

Todos os dias, somos, no entanto, informados de que sucede o contrário: de que os que mais ganham com o sistema económico social que governa o mundo atual continuam a engrandecer os seus interesses e a multiplicar por muitas dezenas os rendimentos médios da maioria esmagadora dos outros membros da sociedade.

Os que mais detêm continuam, ainda hoje – ou hoje mais do que nunca -, indisponíveis para repartir, nem que seja a mais pequena parte da riqueza que todos os dias acumulam.

Por isso, para os menos favorecidos, tal atitude constitui, designadamente num período de crise e escassez graves, uma afronta óbvia, persistente e chocante.

Diferentemente do que aconteceu em outros momentos da História, o que resta do equilíbrio anterior tende, porém, a romper-se com mais ou menos fragor, não como revolução, mas, tão só, como revolta.

Atente-se no que, neste domínio, já se passa em França.

O argumento, sempre falaciosamente repetido, de que é preciso produzir mais para, depois, repartir melhor, não tem sentido algum: pode aplicar-se sempre a qualquer grau de produtividade.

Para os assalariados, tal argumento funciona, além disso, como o mito de Sísifo.

Na verdade, há, neste preciso momento, muito rendimento disponível para repartir com mais justiça.

Disso, todos têm consciência, dada, mais não seja, a publicitação que os media, ainda assim, fazem dos lucros sempre crescentes de muitos negócios e de muitos negociantes.

Face à evidência de tal realidade, chega-se, pois, a um momento em que os interesses de uns e de outros – mesmo aqueles em que antes se admitiam compromissos – ameaçam tornar-se radicalmente antagónicos.

Num período de crise crónica como a que ocorre – repetida, arrastada, sem fim à vista – a intransigência dos mais beneficiados com o sistema político e económico dominante acabará, assim, mais cedo ou mais tarde, por originar uma qualquer rutura social.

É que, valha a verdade, a posição dos mais fracos já não admite mais recuos.

Trabalhar, mas, ainda assim, ser pobre e não ver possibilidades de sair dessa situação é o limite.

A fratura resultante desse inevitável enfrentamento, dependendo de muitos e variados fatores, pode conduzir assim a resultados políticos, sociais e económicos que nem uns, nem os outros, estão em condições de antecipar e desejam.

A imprevisibilidade dos efeitos de tal rutura aumenta, porém, quando, como hoje acontece, se assiste já – nas palavras do próprio Papa Francisco – a uma espécie de conflito mundial de baixa intensidade (uma espécie de guerra civil universal), mesmo que, como na Ucrânia, ele atinja agora um grau de violência muito elevado.

A única forma de os democratas travarem a aceleração, no caminho para o abismo, é definindo e forçando a consagração de um novo ponto de equilíbrio e de um acordo capaz de responsabilizar, num tempo determinado e com metas de mudança mensuráveis, os titulares dos interesses em confronto.

Se isso não acontecer, a fricção crescente entre tais interesses vai torná-los, irremediavelmente, incompatíveis, com todas as consequências que daí poderão advir.

Durante muitos anos, foi esse o papel (conciliador) da social-democracia e de uma parte da democracia-cristã, com preocupações de ordem social: forçar compromissos que, reconheçamos, mudaram significativamente, para melhor, a condição dos mais desfavorecidos dos países mais ricos.

Para o fazerem, assumiram, em muitas ocasiões, posição declarada a favor dos mais fracos e pressionaram, com êxito, os poderosos a ceder um pouco mais da riqueza que estes ambicionavam acumular.

Em Portugal, tal compromisso firmou-se em torno do projeto da Constituição.

Já não acontece assim, porém; muitos são já, com efeito, os que impunemente a violam e ignoram.

Conhecedores da História e, por isso, conscientes dos perigos reais que uma revolta espontânea, mas sem rumo, poderá produzir para a democracia e para os poucos direitos que ainda assistem aos mais fracos, tal papel é, agora, assumido – mesmo que, para alguns, a contragosto – pelos que integram a esquerda que sempre defendeu, precisamente, a necessidade de uma rutura definitiva e que acabasse, de vez, com as injustiças.

O ensinamento que recolheram do que sucedeu na Grécia, não há muitos anos, a isso conduziu.

As provocações e a crescente irresponsabilidade belicosa de alguns dos detentores e protetores dos interesses dos mais poderosos e, em consequência, os perigos que elas podem gerar para a própria sobrevivência da humanidade, têm, com efeito, obrigado os representantes mais conscientes das esquerdas a terem de engolir, não um, mas vários sapos.

Veja-se o que sucede em Espanha.

Por isso, e também devido a uma visão mais nítida do perigoso panorama político atual, impõe-se que, com urgência, se procure e se exija a concretização de um compromisso económico e social, atualizado e necessariamente mais justo.

Nenhuma das chamadas «reformas estruturais» pode ser mais eficiente do ponto de vista económico e social; mais justiça, mais igualdade, mais racionalidade, na reposta aos graves problemas que uma parte significativa da sociedade sofre, são e serão sempre a chave do seu sucesso.

As aspirações de justiça de uma parte significativa dos cidadãos, fundando-se sempre nos mesmos princípios, apontam hoje, todavia, para objetivos mais exigentes, a saber: objetivos compagináveis com o conhecimento que, entretanto, adquiriram sobre as possibilidades reais que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia atuais – a vida – oferecem a todos os homens de poderem viver mais dignamente e melhor.

Falo, portanto, de um acordo que evite o desabamento do que resta, por exemplo, de uma democracia como a nossa, ancorada numa Constituição com preocupações sociais e que, afinal, só subsiste devido, precisamente, ao avançado e alargado acordo político, social e económico que, então, a inspirou e a fez aprovar por uma larga maioria dos deputados das mais diversas cores políticas.

Acontece, porém, que, muitos daqueles que do lado dos mais desfavorecidos promoveram, antes, tal acordo encontram-se hoje – voluntaria ou involuntariamente – solidários ou manietados pelos interesses egoístas que os mais poderosos querem manter e aprofundar a todo o custo.

Hoje-em-dia, um pouco por todo o mundo, toda a política que a social-democracia moderna e os restos de uma democracia-cristã com preocupações sociais consegue fazer reduz-se, na verdade, a muito pouco: limita-se a uma distribuição sucessiva de subsídios temporários, pagos pelo Estado aos mais necessitados e prejudicados pela situação de crise permanente em que vivemos e que outros produziram.

Esta não é, pois, a redistribuição justa da riqueza que, numa sociedade com um desígnio próprio, fomenta a igualdade e que, por isso, pode unir uns e outros.

O principal defeito de tais medidas avulsas e provisórias é, precisamente, o facto de não criarem direitos invocáveis e, logo, expectativas políticas positivas, não projetarem futuro e não construírem, assim, um desígnio comum, capaz, de algum modo, de unir a sociedade.

Pelo contrário, tais medidas fomentam dependências voláteis e oportunistas, e promovem medos, humilhações e rancores, alimentando os discursos do ódio.

Eles estão na base de uma outra e terrífica unidade, uma unidade negativa, revanchista e fundada, unicamente, na recusa do que há.

Lembremo-nos do destino da Itália.

Tais auxílios, mesmo que socialmente imprescindíveis nas presentes circunstâncias, são, pois, irrelevantes para a verdadeira e necessária mudança da situação político-social atual; sendo, declaradamente, transitórios não apontam para a sedimentação de um futuro melhor e mais justo para a maioria.

Ora, sem a assunção efetiva da necessidade de tal mudança – alicerçada num programa político que projete e consolide e efetive direitos reclamáveis, quando violados, e acrescente outros que se adequam ao nível de desenvolvimento da sociedade – não haverá programa e acordo económico-social que gere esperança e una, realmente, a sociedade.

Se o poder político democrático não conseguir conter já a ganância desenfreada dos mais abastados e sempre mais irredutíveis, impedindo que os outros, os mais desfavorecidos, possam olhar o dia de amanhã e o de depois-de-amanhã com alguma confiança e otimismo, começam a ficar reunidas as condições para que um novo tipo de guerra civil generalizada, de mais baixa ou maior intensidade, alastre, paulatina, mas seguramente, na Terra.

Lembremo-nos dos refugiados.

E concluo: não é forçosamente necessário ser Papa para perceber o que poderá acontecer amanhã.

 

O mundo de hoje: entre a guerra e um acordo social justo e alargado


Os que mais detêm continuam indisponíveis para repartir a mais pequena parte da riqueza que todos os dias acumulam, o que, para os menos favorecidos, constitui uma afronta óbvia, persistente e chocante.


Uma sociedade, para se manter unida e com vontade de, assim, continuar, tem de encontrar um equilíbrio entre os interesses de todos e fazer dele um desígnio comum.

Claro está, todos sabemos, que numa mesma sociedade coexistem interesses diferenciados, sendo que alguns são, de raiz, antagónicos.

Os primeiros podem, ainda assim, conciliar-se, se, de tal compromisso, resultarem vantagens concretas e imediatas para todos os que os assumem ou representam.

Neste contexto, um tal acordo há-de resultar, desde logo, da margem de concessões que as distintas frações da sociedade, para preservarem a sua unidade e a sua identidade comum, admitem fazer sem, simultaneamente, revogarem as suas aspirações essenciais.

Isto não significa, todavia, que todos beneficiem ao mesmo tempo e de igual maneira do mesmo compromisso.

Sabemos que nunca assim foi.

O importante é que tal compromisso sirva de projeto – e, portanto, de cimento – para uma parte muito significativa da sociedade: que sirva de esperança e desígnio comum para a maioria.

Para subsistir, tal acordo deve, também, ser imediatamente satisfatório para a os menos favorecidos.

Todos os dias, somos, no entanto, informados de que sucede o contrário: de que os que mais ganham com o sistema económico social que governa o mundo atual continuam a engrandecer os seus interesses e a multiplicar por muitas dezenas os rendimentos médios da maioria esmagadora dos outros membros da sociedade.

Os que mais detêm continuam, ainda hoje – ou hoje mais do que nunca -, indisponíveis para repartir, nem que seja a mais pequena parte da riqueza que todos os dias acumulam.

Por isso, para os menos favorecidos, tal atitude constitui, designadamente num período de crise e escassez graves, uma afronta óbvia, persistente e chocante.

Diferentemente do que aconteceu em outros momentos da História, o que resta do equilíbrio anterior tende, porém, a romper-se com mais ou menos fragor, não como revolução, mas, tão só, como revolta.

Atente-se no que, neste domínio, já se passa em França.

O argumento, sempre falaciosamente repetido, de que é preciso produzir mais para, depois, repartir melhor, não tem sentido algum: pode aplicar-se sempre a qualquer grau de produtividade.

Para os assalariados, tal argumento funciona, além disso, como o mito de Sísifo.

Na verdade, há, neste preciso momento, muito rendimento disponível para repartir com mais justiça.

Disso, todos têm consciência, dada, mais não seja, a publicitação que os media, ainda assim, fazem dos lucros sempre crescentes de muitos negócios e de muitos negociantes.

Face à evidência de tal realidade, chega-se, pois, a um momento em que os interesses de uns e de outros – mesmo aqueles em que antes se admitiam compromissos – ameaçam tornar-se radicalmente antagónicos.

Num período de crise crónica como a que ocorre – repetida, arrastada, sem fim à vista – a intransigência dos mais beneficiados com o sistema político e económico dominante acabará, assim, mais cedo ou mais tarde, por originar uma qualquer rutura social.

É que, valha a verdade, a posição dos mais fracos já não admite mais recuos.

Trabalhar, mas, ainda assim, ser pobre e não ver possibilidades de sair dessa situação é o limite.

A fratura resultante desse inevitável enfrentamento, dependendo de muitos e variados fatores, pode conduzir assim a resultados políticos, sociais e económicos que nem uns, nem os outros, estão em condições de antecipar e desejam.

A imprevisibilidade dos efeitos de tal rutura aumenta, porém, quando, como hoje acontece, se assiste já – nas palavras do próprio Papa Francisco – a uma espécie de conflito mundial de baixa intensidade (uma espécie de guerra civil universal), mesmo que, como na Ucrânia, ele atinja agora um grau de violência muito elevado.

A única forma de os democratas travarem a aceleração, no caminho para o abismo, é definindo e forçando a consagração de um novo ponto de equilíbrio e de um acordo capaz de responsabilizar, num tempo determinado e com metas de mudança mensuráveis, os titulares dos interesses em confronto.

Se isso não acontecer, a fricção crescente entre tais interesses vai torná-los, irremediavelmente, incompatíveis, com todas as consequências que daí poderão advir.

Durante muitos anos, foi esse o papel (conciliador) da social-democracia e de uma parte da democracia-cristã, com preocupações de ordem social: forçar compromissos que, reconheçamos, mudaram significativamente, para melhor, a condição dos mais desfavorecidos dos países mais ricos.

Para o fazerem, assumiram, em muitas ocasiões, posição declarada a favor dos mais fracos e pressionaram, com êxito, os poderosos a ceder um pouco mais da riqueza que estes ambicionavam acumular.

Em Portugal, tal compromisso firmou-se em torno do projeto da Constituição.

Já não acontece assim, porém; muitos são já, com efeito, os que impunemente a violam e ignoram.

Conhecedores da História e, por isso, conscientes dos perigos reais que uma revolta espontânea, mas sem rumo, poderá produzir para a democracia e para os poucos direitos que ainda assistem aos mais fracos, tal papel é, agora, assumido – mesmo que, para alguns, a contragosto – pelos que integram a esquerda que sempre defendeu, precisamente, a necessidade de uma rutura definitiva e que acabasse, de vez, com as injustiças.

O ensinamento que recolheram do que sucedeu na Grécia, não há muitos anos, a isso conduziu.

As provocações e a crescente irresponsabilidade belicosa de alguns dos detentores e protetores dos interesses dos mais poderosos e, em consequência, os perigos que elas podem gerar para a própria sobrevivência da humanidade, têm, com efeito, obrigado os representantes mais conscientes das esquerdas a terem de engolir, não um, mas vários sapos.

Veja-se o que sucede em Espanha.

Por isso, e também devido a uma visão mais nítida do perigoso panorama político atual, impõe-se que, com urgência, se procure e se exija a concretização de um compromisso económico e social, atualizado e necessariamente mais justo.

Nenhuma das chamadas «reformas estruturais» pode ser mais eficiente do ponto de vista económico e social; mais justiça, mais igualdade, mais racionalidade, na reposta aos graves problemas que uma parte significativa da sociedade sofre, são e serão sempre a chave do seu sucesso.

As aspirações de justiça de uma parte significativa dos cidadãos, fundando-se sempre nos mesmos princípios, apontam hoje, todavia, para objetivos mais exigentes, a saber: objetivos compagináveis com o conhecimento que, entretanto, adquiriram sobre as possibilidades reais que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia atuais – a vida – oferecem a todos os homens de poderem viver mais dignamente e melhor.

Falo, portanto, de um acordo que evite o desabamento do que resta, por exemplo, de uma democracia como a nossa, ancorada numa Constituição com preocupações sociais e que, afinal, só subsiste devido, precisamente, ao avançado e alargado acordo político, social e económico que, então, a inspirou e a fez aprovar por uma larga maioria dos deputados das mais diversas cores políticas.

Acontece, porém, que, muitos daqueles que do lado dos mais desfavorecidos promoveram, antes, tal acordo encontram-se hoje – voluntaria ou involuntariamente – solidários ou manietados pelos interesses egoístas que os mais poderosos querem manter e aprofundar a todo o custo.

Hoje-em-dia, um pouco por todo o mundo, toda a política que a social-democracia moderna e os restos de uma democracia-cristã com preocupações sociais consegue fazer reduz-se, na verdade, a muito pouco: limita-se a uma distribuição sucessiva de subsídios temporários, pagos pelo Estado aos mais necessitados e prejudicados pela situação de crise permanente em que vivemos e que outros produziram.

Esta não é, pois, a redistribuição justa da riqueza que, numa sociedade com um desígnio próprio, fomenta a igualdade e que, por isso, pode unir uns e outros.

O principal defeito de tais medidas avulsas e provisórias é, precisamente, o facto de não criarem direitos invocáveis e, logo, expectativas políticas positivas, não projetarem futuro e não construírem, assim, um desígnio comum, capaz, de algum modo, de unir a sociedade.

Pelo contrário, tais medidas fomentam dependências voláteis e oportunistas, e promovem medos, humilhações e rancores, alimentando os discursos do ódio.

Eles estão na base de uma outra e terrífica unidade, uma unidade negativa, revanchista e fundada, unicamente, na recusa do que há.

Lembremo-nos do destino da Itália.

Tais auxílios, mesmo que socialmente imprescindíveis nas presentes circunstâncias, são, pois, irrelevantes para a verdadeira e necessária mudança da situação político-social atual; sendo, declaradamente, transitórios não apontam para a sedimentação de um futuro melhor e mais justo para a maioria.

Ora, sem a assunção efetiva da necessidade de tal mudança – alicerçada num programa político que projete e consolide e efetive direitos reclamáveis, quando violados, e acrescente outros que se adequam ao nível de desenvolvimento da sociedade – não haverá programa e acordo económico-social que gere esperança e una, realmente, a sociedade.

Se o poder político democrático não conseguir conter já a ganância desenfreada dos mais abastados e sempre mais irredutíveis, impedindo que os outros, os mais desfavorecidos, possam olhar o dia de amanhã e o de depois-de-amanhã com alguma confiança e otimismo, começam a ficar reunidas as condições para que um novo tipo de guerra civil generalizada, de mais baixa ou maior intensidade, alastre, paulatina, mas seguramente, na Terra.

Lembremo-nos dos refugiados.

E concluo: não é forçosamente necessário ser Papa para perceber o que poderá acontecer amanhã.