Quénia ataca “cultos terroristas” depois de 51 pessoas morrerem em jejum

Quénia ataca “cultos terroristas” depois de 51 pessoas morrerem em jejum


Nos últimos dias, foram descobertos 51 cadáveres de pessoas que tinham jejuado até à morte, incitadas pelo líder da Igreja Internacional da Boa Nova, Paul Mackenzie Nthenge, um religioso que advoga o jejum para “encontrar Jesus” e que foi detido dia 15 de abril.


O presidente do Quénia, William Ruto, prometeu fortalecer as ações contra os cultos que considera serem "terroristas" e que deturpam a religião, no seguimento da descoberta de 51 pessoas que morreram depois de jejuarem até à morte "para encontrar Jesus".

"O que vimos em Shakahola [uma floresta perto da cidade de Malindi] é semelhante aos terroristas, que usam a religião para promover atos hediondos, e o que pessoas como o senhor Mackenzie estão a fazer é exatamente a mesma coisa", disse William Ruto numa cerimónia de graduação de oficiais prisionais no centro do país.

Nos últimos dias, foram descobertos 51 cadáveres de pessoas que tinham jejuado até à morte, incitadas pelo líder da Igreja Internacional da Boa Nova, Paul Mackenzie Nthenge, um religioso que advoga o jejum para "encontrar Jesus" e que foi detido no dia 15 de abril.

No discurso, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), Ruto afirmou que tinha pedido às "agências responsáveis para investigarem o caso e chegar à raiz e ao fundo das atividades de pessoas que querem usar a religião para promover uma ideologia sombria e inaceitável".

A busca continuou na floresta de Shakahola, onde 47 corpos foram exumados desde sexta-feira, que se somam a mais quatro encontrados pela polícia a 14 de abril, havendo ainda 11 pessoas que foram resgatadas e hospitalizadas.

De acordo com a Cruz Vermelha queniana, "até agora 112 pessoas foram dadas como desaparecidas" .

Segundo relatórios dos 'media' locais, Makenzie Nthenge foi preso e acusado em março, depois de duas crianças terem morrido à fome quando se encontravam ao cuidado dos seus pais. Mais tarde, foi libertado sob fiança de 100.000 xelins quenianos (cerca de 670 euros).