O comité nacional do partido Trabalhista aprovou hoje uma moção para proibir a recandidatura a deputado do antigo líder Jeremy Corbyn pela principal força da oposição.
A moção, proposta pelo sucessor, Keir Starmer, devido ao risco de diminuir as hipóteses de ganhar as eleições previstas para 2024, passou com 22 votos a favor e 12 contra.
Corbyn foi suspenso em 2020 do grupo parlamentar trabalhista e senta-se como independente na Câmara dos Comuns por recusar as conclusões de um relatório da Comissão Britânica para a Igualdade e Direitos Humanos que encontrou antissemitismo no partido.
A moção não expulsa Corbyn do partido, mas isto poderá acontecer se concorrer como independente pelo círculo eleitoral de Islington North, em Londres.
Jeremy Corbyn, de 73 anos, representa aquela circunscrição há 40 anos, tendo vencido 10 eleições legislativas consecutivas.
Em 2019, foi reeleito com 64,3 por cent dos votos, mas demitiu-se da liderança do 'Labour' na mesma noite, após a maioria absoluta do Partido Conservador de Boris Johnson, há quatro anos atrás, e o pior resultado do Partido Trabalhista desde 1935.
Na segunda-feira, o deputado da ala esquerda do 'Labour' criticou Starmer por "violar o compromisso de respeitar os direitos dos membros do 'Labour' e denegrir os alicerce democráticos" do partido.
"A nossa mensagem é clara: não vamos a lado nenhum", afirmou Corbyn num comunicado, sem explicar se pretende recandidatar-se nas próximas legislativas.
A secção do Partido Trabalhista de Islington North rejeitou a "interferência indevida" do comité nacional e defendeu que os militantes locais escolham o próprio candidato.
A medida foi qualificada de "antidemocrática" pela organização política Trabalhista "Momentum" e criticada por alguns colegas de Corbyn.