Pena de mulher que matou empresário com oito facadas reduzida em dois anos

Pena de mulher que matou empresário com oito facadas reduzida em dois anos


Mulher disse que pretendia apenas que a vítima desmaisse.


O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) reduziu em dois anos a pena de prisão aplicada a uma mulher que matou à facada um empresário têxtil, em julho de 2020, em Famalicão, Braga. 

O acórdão, datado de 9 de março e esta quarta-feira consultado pela agência Lusa, julgou procedente o recurso interposto pela arguida.

Em março do ano passado, a mulher foi condenada pelo Tribunal de Guimarães a uma pena de 20 anos pelo crime de homicídio qualificado e agravado, a três anos e oito meses por um crime de furto qualificado e a um ano e oito meses por um crime de detenção de arma proibida. Em cúmulo jurídico, a arguida foi condenada a uma pena conjunta de 21 anos e 10 meses de prisão. 

Em outubro de 2022, a mulher recorreu para o Tribunal da Relação de Guimarães, que reduziu a pena única  21 anos de prisão e reduziu também a indemnização para 15 mil euros. 

A arguida recorreu novamente, desta vez para o STJ, que reduziu a pena em cúmulo jurídico para 19 anos e meio de prisão. 

Durante o julgamento, a mulher confessou o crime mas disse que a sua intenção era apenas fazer desmaiar a vitima e amarrá-lo para o roubar. 

A mulher assumiu ter dívidas de cerca de 48 mil euros, dizendo ainda que estava a ser pressionada por um credor para pagar e que, devido à covid-19, tinha ficado desempregada uns meses antes, estava em processo de divórcio e tinha problemas de consumo excessivo de álcool.

Os factos terão ocorrido na noite de 22 para 23 de julho, quando a mulher entrou na residência da vítima para se apoderar do dinheiro que esta pudesse ter em casa. A arguida entrou pela janela da casa, lê-se no acórdão, que se encontrava aberta, e desferiu oito facas na zona do tórax e do abdómen da vítima, que se encontrava a dormir. 

Depois de ter matado o empresário, a arguida percorreu várias divisões da casa, à procura do dinheiro, vindo a encontrar um cofre, que abriu e de onde tirou oito mil euros, abandonando depois o local, sem prestar auxílio à vítima, tendo esta sido encontrada morta na manhã seguinte.