O Presidente da Polónia, Andréj Duda, anunciou hoje que tanques Leopard polacos "já foram enviados para a Ucrânia", numa conferência de imprensa após uma reunião da Assembleia Nacional de Segurança em Varsóvia.
O anúncio de Duda foi confirmado pelo ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, também presente na reunião da Assembleia, que especificou que se trata de aparelhos pesados da versão Leopard2 A4, de fabrico alemão, embora não tenha indicado a quantidade de veículos que a Polónia enviou.
A decisão de enviar este tipo de tanques para a Ucrânia foi anunciada pelo próprio Duda durante a sua visita a Kiev em 11 de janeiro, antes da luz verde de Berlim sobre o fornecimento destes veículos de fabrico alemão, que, como explicou o Presidente polaco, "é a vanguarda da coligação internacional", composta por vários países europeus para apoiar a Ucrânia com armas pesadas.
A Polónia foi o primeiro país a propor a formação de um grupo de doadores de tanques para a Ucrânia e manifestou a vontade de enviar alguns dos seus Leopard 2 antes de ter permissão do governo alemão.
O anúncio de Duda ocorreu quando o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, está em Kiev a participar numa sessão extraordinária do parlamento ucraniano e tem um encontro previsto com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em Kiev, Morawiecki visitou funcionários da embaixada polaca e vários combatentes hospitalizados, além de homenagear as vítimas da guerra num memorial no centro da cidade.
Na semana passada, o primeiro-ministro polaco confirmou que o seu país já entregou 250 tanques à Ucrânia, a maioria T-72 de fabrico soviético modernizados na Polónia, e planeia enviar outros 60 igualmente com adaptações.
O Presidente Duda disse hoje que convidou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a visitar Varsóvia "se a ofensiva russa for travada e a situação se acalmar um pouco", uma ideia que considera "possível".
Na mesma geografia, a Moldova garantiu hoje que não há atualmente qualquer ameaça direta à segurança do Estado, considerando que a Rússia pretende desestabilizar a situação no país e causar pânico ao afirmar que a Ucrânia está a preparar uma provocação armada na região separatista da Transnístria, onde se encontra um contingente russo.
"Atualmente não há ameaças diretas à segurança militar do Estado", disse o Ministério da Defesa em comunicado, no qual garantiu que monitoriza todas as ações e mudanças que ocorrem na região e no território controlado pelo regime de Tiraspol, a capital da autoproclamada República da Transnístria.
"O Ministério trabalha com todas as outras autoridades de segurança do Estado para prevenir conjuntamente qualquer tentativa de desestabilização, para manter a paz e a estabilidade no país para que os nossos cidadãos estejam seguros", sublinhou.
Acrescentou que o exército nacional trabalha normalmente na zona de segurança entre as duas partes em conflito e garantiu que "informações falsas" distribuídas pela Rússia visam criar pânico e confusão.
"Pedimos aos cidadãos que mantenham a calma e obtenham informações apenas de fontes oficiais", apelou o Ministério da Defesa.
Por sua vez, o Ministério da Reintegração garantiu em comunicado que a situação na zona de segurança "está calma" e que o fluxo de pessoas e meios de transporte pelas alfândegas internas se mantêm constantes.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.199 civis mortos e 11.756 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.