O Tribunal de Lisboa condenou esta quarta-feira a oito anos e oito meses de prisão Bruno Domingos, o homem que matou o ex-sogro, por este acreditar que ele tinha violado a sua filha, neta da vítima mortal.
O tribunal optou por uma pena "muito próxima do limite mínimo do crime do homicídio por ser sensível às motivações do arguido".
A juíza afirmou que existia uma "probabilidade elevada de a filha do arguido ter sido violada, apesar de o inquérito a esses abusos ter sido arquivado, mas o Estado de Direito não permite que as pessoas façam justiça pelas próprias mãos e tirem a vida a outros".
No final da leitura da senteça, Bruno Domingos emocionou-se e chorou na direção da assistência, composta por familiares e amigos.
O crime ocorreu a 29 de janeiro de 2022, em Marvila, Lisboa.
Ness dia, Bruno ter-se-á dirigido a casa do sogro, Luís Costa, de 63 anos, para, segundo ele, esclarecer se o sexagenário tinha ou não violado a sua filha, que, até 2018, esteve à guarda da vítima.
Bruno Rodrigues afirmou que estava embriagado e que, quando Luís confirmou as violações, o agrediu até à morte. Depois, seguiu para casa e quando soube que o ex-sogro tinha morrido entregou-se às autoridades.
O advogado do detido já disse que vai recorrer da decisão, por considerar que se trata de um caso de crime de agressões agravadas pela morte do ofendido, cuja moldura penal é inferior ao crime de homicídio:
"O Tribunal foi sensível à motivação do arguido, que não tinha a intenção de matar quando confrontou o ofendido, e por isso entendo que o crime não deve ser o de homicídio, mas de ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte".