O “circo” da classe trabalhadora


Felizmente que o futebol profissional, que não é Desporto, é circo, e já não está na tutela do Ministério da Educação, o que era um absurdo, mudança que saudamos, efusivamente.


O povo português está muito mais “focado” no Mundial de Futebol do que na Guerra Rússia-Ucrânia, ou mesmo nos novos secretários de Estado que entraram para o Executivo substituindo outros que foram “despedidos” por mau comportamento ético. Quer isto dizer que o futebol que, no dizer do PCP, é o “ópio do povo”, afasta o povo da política portuguesa, a qualquer nível, e marca o seu desinteresse, definitivo, pelo que se passa em Portugal sobre assuntos que lhe dizem respeito, o que leva a concluir que quando vota não tem a menor ideia do que está a fazer, ou seja, o povo vota com os pés, exatamente como o futebol é jogado, com os pés.

Aqui chegados temos que confrontar o Ministério da Educação com este problema e o que tenciona fazer para minorar esta questão que acaba por desfazer, um pouco do seu trabalho, ou seja, informar os cidadãos e dar-lhes alguma literacia, de molde a acabar com algum analfabetismo que ainda persiste em zonas do interior e em aldeias com um número de habitantes que se contam só por poucas dezenas. Esta alienação coletiva, inconsciente, para muitos, e consciente para alguns, até com formação superior (fuga ao real), prejudica o país e sobre tudo descaracteriza a nossa Democracia que está a caminho daquilo que alguns sociólogos denominam por anomia, querendo com isto dizer que não tem nome. É que isto assim não é uma Democracia, pois seria bom que houvesse diversidade ideológica com as tradicionais correntes de pensamento, sobre tudo, após as duas Revoluções Industriais, de 1780 a 1850, e de 1850 a 1910, respetivamente, com o carvão e o ferro e a eletricidade e o aço, correntes que dividiram as pessoas em conservadores, em liberais e em radicais (socialistas, marxistas e anarquistas). Só quando Portugal, ou melhor, quando o regime político desde Salazar a Marcelo Caetano (aplaudido de pé no estádio do Sporting dias antes de “cair”) e depois do 25 de Abril, até hoje, o regime adotou o futebol, como seu aliado político, e vice-versa, sendo, hoje, uma relação estranha já que prejudica a Democracia, por que a descaracteriza e desfaz um trabalho sério e importante do Ministério da Educação, como já o afirmámos.

Felizmente que o futebol profissional, que não é Desporto, é circo, e já não está na tutela do Ministério da Educação, o que era um absurdo, mudança que saudamos, efusivamente, o ministro da Educação pela lucidez e coragem. Nada temos contra o futebol pois pode ter o seu papel no ócio do povo, para se compensar do trabalho intenso a que está sujeito diariamente, mas tudo tem limites e é ao Governo que compete estabelecer esses limites, mas o trabalho do Ministério da Educação tem que ser salvaguardado, e a nosso ver não o está a ser. É pois uma chamada de atenção ao nosso Ministério da Educação.

 

Sociólogo
Escreve quinzenalmente

O “circo” da classe trabalhadora


Felizmente que o futebol profissional, que não é Desporto, é circo, e já não está na tutela do Ministério da Educação, o que era um absurdo, mudança que saudamos, efusivamente.


O povo português está muito mais “focado” no Mundial de Futebol do que na Guerra Rússia-Ucrânia, ou mesmo nos novos secretários de Estado que entraram para o Executivo substituindo outros que foram “despedidos” por mau comportamento ético. Quer isto dizer que o futebol que, no dizer do PCP, é o “ópio do povo”, afasta o povo da política portuguesa, a qualquer nível, e marca o seu desinteresse, definitivo, pelo que se passa em Portugal sobre assuntos que lhe dizem respeito, o que leva a concluir que quando vota não tem a menor ideia do que está a fazer, ou seja, o povo vota com os pés, exatamente como o futebol é jogado, com os pés.

Aqui chegados temos que confrontar o Ministério da Educação com este problema e o que tenciona fazer para minorar esta questão que acaba por desfazer, um pouco do seu trabalho, ou seja, informar os cidadãos e dar-lhes alguma literacia, de molde a acabar com algum analfabetismo que ainda persiste em zonas do interior e em aldeias com um número de habitantes que se contam só por poucas dezenas. Esta alienação coletiva, inconsciente, para muitos, e consciente para alguns, até com formação superior (fuga ao real), prejudica o país e sobre tudo descaracteriza a nossa Democracia que está a caminho daquilo que alguns sociólogos denominam por anomia, querendo com isto dizer que não tem nome. É que isto assim não é uma Democracia, pois seria bom que houvesse diversidade ideológica com as tradicionais correntes de pensamento, sobre tudo, após as duas Revoluções Industriais, de 1780 a 1850, e de 1850 a 1910, respetivamente, com o carvão e o ferro e a eletricidade e o aço, correntes que dividiram as pessoas em conservadores, em liberais e em radicais (socialistas, marxistas e anarquistas). Só quando Portugal, ou melhor, quando o regime político desde Salazar a Marcelo Caetano (aplaudido de pé no estádio do Sporting dias antes de “cair”) e depois do 25 de Abril, até hoje, o regime adotou o futebol, como seu aliado político, e vice-versa, sendo, hoje, uma relação estranha já que prejudica a Democracia, por que a descaracteriza e desfaz um trabalho sério e importante do Ministério da Educação, como já o afirmámos.

Felizmente que o futebol profissional, que não é Desporto, é circo, e já não está na tutela do Ministério da Educação, o que era um absurdo, mudança que saudamos, efusivamente, o ministro da Educação pela lucidez e coragem. Nada temos contra o futebol pois pode ter o seu papel no ócio do povo, para se compensar do trabalho intenso a que está sujeito diariamente, mas tudo tem limites e é ao Governo que compete estabelecer esses limites, mas o trabalho do Ministério da Educação tem que ser salvaguardado, e a nosso ver não o está a ser. É pois uma chamada de atenção ao nosso Ministério da Educação.

 

Sociólogo
Escreve quinzenalmente