Biden disposto a falar com Putin

Biden disposto a falar com Putin


Presidente dos Estados Unidos afirmou que poderia conversar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin. Mas só este retirasse as suas tropas dos territórios ucranianos.


O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que estaria disponível para falar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, se este estivesse disposto a acabar a guerra contra a Ucrânia, acrescentando ainda que apenas se reuniria em conjunto com os aliados da NATO.

«Estou preparado para falar com Putin se de facto houver interesse em chegar a uma solução para acabar com a guerra. Algo que ele ainda não fez», disse o Presidente dos Estados Unidos, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, esta quinta-feira, que contou também com a presença de Emmanuel Macron.

Estes dois líderes uniram-se numa frente de apoio à Ucrânia e Biden e Macron prometeram que iriam responsabilizar a Rússia pelas «atrocidades e crimes de guerra amplamente documentados» na Ucrânia, escreve o Guardian.

Macron afirmou estar disponível para continuar a conversar com Putin de forma a «evitar a escalada e obter alguns resultados muito concretos», como a segurança das centrais nucleares.

Face às exigências do Presidente dos Estados Unidos, que disse «que só seriam possíveis negociações se Putin abandonasse a Ucrânia», o Kremlin rejeitou estas condições, mas o seu porta-voz, Dmitri Peskov, acrescentou que Putin «mantém-se aberto a contactos e a negociações, o que é muito importante».

Segundo o porta-voz, «continua a ser muito difícil encontrar um denominador comum para possíveis negociações», já que os Estados Unidos não reconhecem a anexação de quatro territórios ucranianos reivindicados por Moscovo em setembro.

«A forma preferível para alcançar os nossos objetivos é através de meios pacíficos e diplomáticos», reforçou Peskov.

Pacotes com «olhos de animais»

Diversas embaixadas e consulados ucranianos, nomeadamente em Espanha, Hungria, Polónia, Croácia, Países Baixos e Itália, receberam «pacotes sangrentos» com «olhos de animais».

«Temos motivos para acreditar que aquilo que está a acontecer é uma campanha bem planeada de terror e intimidação das embaixadas e consulados ucranianos», disse o ministro das Relações Estrangeiras da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

Estas encomendas, cujo significado ainda está a ser investigado, foram entregues depois de, na quarta-feira, terem sido enviadas uma série de cartas-bombas à embaixada ucraniana em Madrid.

Estes explosivos tinham como alvos indivíduos de alto perfil ligados à Guerra na Ucrânia e, além da embaixada ucraniana, foram enviados para a embaixada dos Estados Unidos, para o primeiro-ministro Pedro Sánchez, o ministro da Defesa, um fabricante de armas, uma base aérea e um centro europeu de satélites.