Marcelo pede para que não se generalize racismo de agentes da polícia

Marcelo pede para que não se generalize racismo de agentes da polícia


“Foi aberta uma investigação que deve ser levada até ao fim. Ninguém quer confundir o que possa ser a posição de umas centenas ou dezenas de agentes ao serviço do Estado com dezenas de milhares e milhares”, afirmou o Presidente da República.


Marcelo Rebelo de Sousa pediu, esta sexta-feira, para que não sejam feitas generalizações e que não se confunda a posição de alegadas situações de racismo e xenofobia cometidos por alguns agentes de segurança – no âmbito de uma reportagem do primeiro consórcio português de jornalismo de investigação – com a atuação de todos os elementos da PSP e da GNR.  

“Foi aberta uma investigação que deve ser levada até ao fim. Ninguém quer confundir o que possa ser a posição de umas centenas ou dezenas de agentes ao serviço do Estado com dezenas de milhares e milhares. Era uma injustiça para esses milhares de servidores da causa pública”, sublinhou o Presidente da República, durante o 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorreu em Fátima, no concelho de Ourém. 

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Apesar do aviso feito agora, o chefe de Estado admitiu que não viu a reportagem em questão, emitida pela SIC, mas adiantou que recebeu relatórios sobre o assunto. 

Marcelo condenou o racismo e frisou que agora até existe uma proposta para retirar a palavra "raça" da Constituição, considerando ainda todas “as discriminações intoleráveis”.

“Aquilo que é de facto o ataque a setores da sociedade portuguesa são intoleráveis, porque são impróprios de uma sociedade democrática e civilizada”, frisou.  

A reportagem do primeiro consórcio português de jornalismo de investigação mostra como as redes sociais são utilizadas pelos militares da GNR e agentes da PSP para gerar o discurso de ódio que a lei não permite, com base em mais de três mil publicações. 

José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, anunciou ontem que determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) “a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje [quarta-feira] sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas”.