O fim de Trump?


É bom para a política americana e mundial que Trump não domine o partido republicano e que este se possa libertar do seu jugo antidemocrático.


Os resultados das midterms americanas – ainda que não definitivos – furaram todas as expectativas. O partido no poder, seja ele qual for, quase invariavelmente sai derrotado, mesmo quando tem presidentes bem sucedidos. Neste caso, a inflação que explodiu nos Estados Unidos, e que está longe de estar controlada, ameaçava os candidatos democratas e antecipava um ciclone republicano que varresse largas parcelas do mapa. Inevitavelmente, esse esperado fenómeno traria a candidatura de Donald Trump e conduziria a que os principais responsáveis do partido republicano, por convicção, medo ou cinismo, abdicassem de procurar alternativas ao ex-Presidente. Ora, o guião teve um fim diferente. Não houve ciclone, quanto muito uma leve brisa e os doadores republicanos já trocam freneticamente mensagens entre si a declarar o fim de Trump. Biden, por isso, renasce. Ainda que perdendo o controlo da Câmara dos Representantes – o mesmo desfecho não é esperado no Senado, ainda que tenhamos provavelmente que aguardar pelo run-off na Geórgia, em dezembro – não foi humilhado, nem massacrado, pelo contrário, viu os eleitores mais moderados, em Estados vitais para a aritmética presidencial, abandonarem o radicalismo republicano e preferirem uma retórica menos divisiva e negacionista.

É bom para a política americana e mundial que Trump não domine o partido republicano e que este se possa libertar do seu jugo antidemocrático.

 

Ex-deputado do PSD à AR

O fim de Trump?


É bom para a política americana e mundial que Trump não domine o partido republicano e que este se possa libertar do seu jugo antidemocrático.


Os resultados das midterms americanas – ainda que não definitivos – furaram todas as expectativas. O partido no poder, seja ele qual for, quase invariavelmente sai derrotado, mesmo quando tem presidentes bem sucedidos. Neste caso, a inflação que explodiu nos Estados Unidos, e que está longe de estar controlada, ameaçava os candidatos democratas e antecipava um ciclone republicano que varresse largas parcelas do mapa. Inevitavelmente, esse esperado fenómeno traria a candidatura de Donald Trump e conduziria a que os principais responsáveis do partido republicano, por convicção, medo ou cinismo, abdicassem de procurar alternativas ao ex-Presidente. Ora, o guião teve um fim diferente. Não houve ciclone, quanto muito uma leve brisa e os doadores republicanos já trocam freneticamente mensagens entre si a declarar o fim de Trump. Biden, por isso, renasce. Ainda que perdendo o controlo da Câmara dos Representantes – o mesmo desfecho não é esperado no Senado, ainda que tenhamos provavelmente que aguardar pelo run-off na Geórgia, em dezembro – não foi humilhado, nem massacrado, pelo contrário, viu os eleitores mais moderados, em Estados vitais para a aritmética presidencial, abandonarem o radicalismo republicano e preferirem uma retórica menos divisiva e negacionista.

É bom para a política americana e mundial que Trump não domine o partido republicano e que este se possa libertar do seu jugo antidemocrático.

 

Ex-deputado do PSD à AR