O novobanco apresentou lucros de 428,3 milhões de euros nos primeiros nove meses, o que representa um aumento de 178% face aos 151,1 milhões de euros registados em igual período do ano passado. “O crescimento da atividade nos primeiros nove meses de 2022, reflexo da estratégia de crescimento sustentado do negócio bancário em Portugal, com geração crescente de receita e capital, conduziu à criação de valor para todos os stakeholders”, disse o CEO da instituição financeira.
A margem financeira totalizou 405,9 milhões (-5,6% face aos primeiros nove meses de 2021), enquanto o crédito a clientes ascendeu a 24, mil milhões, “confirmando a trajetória de crescimento da carteira de crédito no segmento de empresas e de particulares, num ambiente de taxas de juro favorável”.
As comissões de serviços a clientes ascenderam a 215,7 milhões (+3,8% quando comparado até setembro de 2021), “com sólido desempenho na gestão de meios de pagamento, dado o perfil da atividade económica e a revisão do preçário”.
Quanto a este trimestre, o novobanco justifica a “evolução positiva pela melhoria do produto bancário (+7,1%), controlo dos custos operativos (+0,4%) e menor nível de imparidades e provisões”.
Ainda sobre os primeiros nove meses, o banco refere que as comissões de serviço a clientes ascenderam a 215,7 milhões de euros, mais 3,8% comparando com o mesmo período do ano passado.
Redução de estrutura
O novobanco tinha no final de setembro menos 223 trabalhadores e menos 34 balcões do que um ano antes, tendo reduzido em 5,7% os custos com pessoal, para 169,8 milhões de euros, “mantendo a tendência de redução que se tem verificado nos últimos anos em resultado das medidas de eficiência implementadas”.
De acordo com a instituição financeira, no final de setembro, contava com 4139 colaboradores (menos 223 do que um ano antes e menos 54 do que no final de 2021) e dispunha de 300 balcões (menos 34 do que em setembro de 2021 e menos 11 do que em dezembro passado).
Destes 300 balcões, 205 estavam “transformados de acordo com o novo modelo de distribuição, proporcionando uma experiência digital e de cliente integrada”.
“Prática bancária normal”
Para o CEO do novobanco, a nova legislação que obriga os bancos a renegociar os créditos à habitação acima de determinados patamares de esforço “codifica o que já deve ser uma prática bancária normal” e que irá ser operacionalizada, tal como foi feito com as moratórias.
Em causa está um decreto-lei que define os limites a partir dos quais os bancos devem permitir aos clientes a renegociação dos créditos à habitação. Essa renegociação pode ser feita quando a taxa de esforço atingir os 36% ou quando se verifique um agravamento de cinco pontos percentuais. A ideia é regular o processo de negociação entre bancos e clientes nos créditos de habitação própria e permanente, para mitigar o impacto da subida das taxas de juro no rendimento líquido as famílias. No entanto, no caso da taxa de esforço chegar aos 50%, ou seja quando metade do rendimento familiar for para o pagamento da prestação, a renegociação passa a ser obrigatória.
Mark Bourke admite, no entanto, o banco está ainda “a analisar o efeito de cada um dos patamares [de taxa de esforço] em termos dos rácios do serviço da dívida e do que isso realmente significa”, uma vez que “a nova lei ainda é muito recente”, disse numa conference call com analistas.