No Dia da Unidade Nacional da Rússia, que se celebra esta sexta-feira, Vladimir Putin afirmou que o confronto entre o “regime neonazi” da Ucrânia e a Rússia “era inevitável”.
"O confronto da Rússia com o regime neonazi que surgiu na Ucrânia era inevitável. Se não tivéssemos tomado as medidas apropriadas em fevereiro, tudo teria sido igual, [mas estaríamos] numa posição pior", disse o Presidente da Rússia, de acordo com a agência Interfax.
Na sua ótica, a “operação especial” serviu – e serve – para emendar os erros de 1941, época em que os serviços russos anunciavam uma invasão da Alemanha à União Soviética e os líderes políticos russos não fizeram os esforços necessários para o impedir.
“Assumimos a responsabilidade para evitar uma situação muito mais difícil. Recordamos e lembramos o que aconteceu em 1941 quando, apesar dos dados de inteligência sobre a inevitabilidade de um ataque à União Soviética, a adoção das medidas de defesa necessárias foi adiada, e que o preço difícil a pagar foi, então, a vitória do nazismo", continuou Putin.
O líder russo considerou ainda que "o confronto está a acontecer dentro de um povo”, uma vez que, na sua ótica, não há uma separação entre a população dos dois paises.
Recorrendo mais uma vez à história para justificar esta afirmação, Vladimir Putin volta a 1917, à Guerra Civil russa, em que o Exército Branco ficou frente a frente com o Exército Vermelho, quando "potências estrangeiras se regozijaram com a tragédia do povo [russo]” e “não se importaram tanto com os brancos quanto com os vermelhos, perseguiram os seus interesses, enfraqueceram e despedaçaram a Rússia histórica".
"E hoje, constantemente a fornecer armas à Ucrânia [e] a transferir mercenários, são absolutamente implacáveis com os seus cidadãos. Às custas deles, estão a promover os seus objetivos geopolíticos, que não têm nada a ver com os interesses do povo ucraniano", defendeu.
Para Putin, a Ucrânia e o povo ucraniano são as principais vítimas “na sublimação deliberada do ódio aos russos e à Rússia”, frisando: “Na Rússia, é exatamente o contrário: sempre tratámos o povo ucraniano com respeito e calor, confronto”.