Jair Bolsonaro tardou, mas lá condenou os bloqueios de camionistas que recusavam aceitar os resultados eleitorais, e os efeitos foram notórios. Pouco a pouco, cada vez mais estradas foram sendo desimpedidas, havendo bloqueios em apenas sete estradas, esta quarta-feira, metade do dia anterior, segundo a Veja. Muitos bolsonaristas seguiram a batuta do líder, os mais ferozes não desarmam, apostando cada vez mais em mobilizações em torno de quartéis, pedindo um golpe militar e ditadura.
Na mobilização perante o quartel-general do Exército, em Brasília, viu-se uma larga multidão apesar da chuva. Juntando “religiosos, monarquistas e golpistas”, descreveu a UOL, misturando bandeiras do Brasil com velhas bandeiras imperiais. Outros insistem em manter o seu acampamento no Comando Militar do Sudeste, no estado de São Paulo, mas vão sendo pouco a pouco abandonados pelos seus companheiros, tentando manter a moral com um rotina que inclui “o hino nacional sendo tocado quase permanentemente, orações, teorias da conspiração e paranoia”, avançou a Folha de S. Paulo. Sendo que manifestantes, temendo infiltrados, chegaram a chamar a polícia por suspeitarem que garrafas de água distribuídas teriam sido envenenadas.
Já a ala menos fanática do bolsonarismo, ou pelo menos mais pragmática, tem tentado acomodar-se à chegada da administração de Inácio Lula da Silva. No que toca a Cezinha de Madureira, antigo líder da bancada evangélica, em tempos foi dos grandes apoios parlamentares de Bolsonaro – parte da chamada bancada BBB, do “boi, bala, bíblia” – e agora expressa “interesse em discutir com o novo governo do PT pautas que não sejam ideológicas“, em entrevista ao Estadão.
Já o vice-presidente de Lula, Geraldo Alckmin, que a campanha vencedora foi recrutar ao centro-direita, saiu da sua primeira reunião com a anterior administração, enquanto líder da equipa de transição, frisando que esta fora proveitosa. “A transição já começou”, anunciou em conferência de imprensa. Frisando que Luiz Ramos, ministro da Secretaria Geral da Presidência “cumprimentou, deu os parabéns e desejou um ótimo trabalho e colocou-se à disposição nesse período de transição”.