Se a situação dos professores não é brilhante, também aos sindicatos o devem


Ninguém quer voltar ao tempo em que os professores davam palmadas, reguadas ou puxavam as orelhas aos alunos, para não falar de outros castigos humilhantes, por dá cá aquela palha. Mas também não se pode chegar a um estado de coisas em que passam os professores a ser as vítimas e a viver com receio.


Foi há bem pouco tempo e por isso toda a gente se lembra: a 12 de outubro último, à saída de uma escola da Figueira da Foz, uma professora de Educação Física foi espancada por dez mulheres, descontentes com o tratamento dispensado aos seus filhos. As agressões foram de tal forma brutais que a professora ficou em estado grave e teve de receber tratamento hospitalar.

Este caso deu que falar, mas infelizmente representa apenas a ponta do icebergue. Os pais tendem a imiscuir-se cada vez mais nos assuntos da escola; os alunos, por sua vez, estão cada vez mais desrespeitadores ou mesmo malcriados; e os professores é que pagam. Não falamos apenas de situações de agressão com a gravidade da que se verificou na Figueira da Foz – falamos também de ofensas, insultos, intimidações, faltas de respeito e achincalhamentos.

Curiosamente, em relação a isto, que é um problema real e generalizado, não costumamos ver grandes manifestações ou intervenções dos responsáveis sindicais. Será que estas organizações só servem para reivindicar aumentos de salários e descongelamentos de carreiras? Será que, além de umas vagas referências à dignificação e à melhoria das condições de trabalho, só se preocupam com umas décimas do orçamento do Estado?

Ninguém quer voltar ao tempo em que os professores davam palmadas, reguadas ou puxavam as orelhas aos alunos, para não falar de outros castigos humilhantes, por dá cá aquela palha. Mas também não se pode chegar a um estado de coisas em que passam os professores a ser as vítimas e a viver com receio.

Como se chegou a este estado – e como sair dele – é algo que merecia reflexão e maior empenho. Mais: se a situação dos professores não é brilhante, as culpas não podem ser todas assacadas aos sucessivos governos; é também um falhanço das estruturas sindicais. Greves como a de ontem sucedem-se e continua tudo na mesma. Os sindicatos parecem só saber bater sempre na mesma tecla. E, como se vê, sem grande sucesso.

Se a situação dos professores não é brilhante, também aos sindicatos o devem


Ninguém quer voltar ao tempo em que os professores davam palmadas, reguadas ou puxavam as orelhas aos alunos, para não falar de outros castigos humilhantes, por dá cá aquela palha. Mas também não se pode chegar a um estado de coisas em que passam os professores a ser as vítimas e a viver com receio.


Foi há bem pouco tempo e por isso toda a gente se lembra: a 12 de outubro último, à saída de uma escola da Figueira da Foz, uma professora de Educação Física foi espancada por dez mulheres, descontentes com o tratamento dispensado aos seus filhos. As agressões foram de tal forma brutais que a professora ficou em estado grave e teve de receber tratamento hospitalar.

Este caso deu que falar, mas infelizmente representa apenas a ponta do icebergue. Os pais tendem a imiscuir-se cada vez mais nos assuntos da escola; os alunos, por sua vez, estão cada vez mais desrespeitadores ou mesmo malcriados; e os professores é que pagam. Não falamos apenas de situações de agressão com a gravidade da que se verificou na Figueira da Foz – falamos também de ofensas, insultos, intimidações, faltas de respeito e achincalhamentos.

Curiosamente, em relação a isto, que é um problema real e generalizado, não costumamos ver grandes manifestações ou intervenções dos responsáveis sindicais. Será que estas organizações só servem para reivindicar aumentos de salários e descongelamentos de carreiras? Será que, além de umas vagas referências à dignificação e à melhoria das condições de trabalho, só se preocupam com umas décimas do orçamento do Estado?

Ninguém quer voltar ao tempo em que os professores davam palmadas, reguadas ou puxavam as orelhas aos alunos, para não falar de outros castigos humilhantes, por dá cá aquela palha. Mas também não se pode chegar a um estado de coisas em que passam os professores a ser as vítimas e a viver com receio.

Como se chegou a este estado – e como sair dele – é algo que merecia reflexão e maior empenho. Mais: se a situação dos professores não é brilhante, as culpas não podem ser todas assacadas aos sucessivos governos; é também um falhanço das estruturas sindicais. Greves como a de ontem sucedem-se e continua tudo na mesma. Os sindicatos parecem só saber bater sempre na mesma tecla. E, como se vê, sem grande sucesso.