Se em 2021 a Marktest já dava conta de que os inquiridos entre os 15 e 64 anos passavam cada vez mais tempo nas redes sociais e criavam mais contas nas mesmas – com foco nos jovens -, os números do estudo “Os Portugueses e as Redes Sociais”, que é realizado desde 2011, parecem estar a assustar os portugueses: no entanto, alinham-se com os que foram verificados no ano passado.
A análise, que tem como objetivo “conhecer índices de notoriedade, utilização, opinião e hábitos dos portugueses face às redes sociais e entender a relação que estabelecem com as marcas presentes nestes sites e ‘apps’”, levou a concluir que o número de horas de utilização destas plataformas só começa a reduzir-se a partir dos 35 anos.
Em comunicado enviado aos órgãos de informação, lê-se que “o tempo que os jovens portugueses investem na utilização de redes sociais oscila entre os 141 minutos por dia, em média, na faixa etária entre os 15 e 24 anos, e os 163 minutos por dia (quase três horas) nas idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos”. Assim, “este é um dos indicadores da edição de 2022 do estudo que melhor espelha a forma como as redes sociais passaram a fazer parte integrante das rotinas dos portugueses, com particular peso nas gerações mais jovens”.
Até aos 34 anos, existe uma tendência e, a partir dos 35, outra e, por isso, a Marktest concluiu que “a média de tempo despendido em redes sociais cai a pique, para valores que rondam os 80 minutos por dia” (1h e 20min.), fazendo também uma distinção por classes sociais e clarificando que existe “um claro predomínio de uso pelas classes C2/D, com uma média próxima dos 141 minutos por dia”. Ou seja, as classes média-baixa e baixa.
Este valor representa quase o dobro dos 75 minutos (1h e 15min.) despendidos, em média, pelos utilizadores das classes A/B – isto é, as classes alta e média alta – e que também se distancia dos 91 minutos (1h e 31 min.) investidos, em média, pelos portugueses da classe C1, que corresponde à classe média. Se tivermos em conta todas estas classes sociais, obtemos uma média de tempo passado nas redes sociais que se situa nos 111 minutos por dia (menos de duas horas).
Quase 6 mil inquiridos No ano passado, as tendências mais evidenciadas eram os factos de o Twitch e o Telegram terem sido as redes que mais cresceram em penetração, o Facebook ter sido a rede com maior taxa de abandono, o número de redes sociais onde os portugueses criam conta ter mais que duplicado em 10 anos,✓70% recordarem ter visto publicidade nas redes sociais, mais de um terço dos utilizadores terem feito compras nas redes sociais e mais de metade dos utilizadores seguirem figuras públicas nas redes sociais.
“Numa comparação mais alargada verifica-se, no entanto, que nos últimos cinco anos o tempo que os portugueses passam a consultar redes sociais aumentou, em média, 25 minutos” e, naquilo que diz respeito “aos equipamentos usados para aceder às redes sociais, o smartphone voltou a acentuar a condição de suporte preferencial, sendo indicado por 92% dos inquiridos”. Por outro lado, “o segundo equipamento mais usado é o computador portátil, com 35%” e uma conclusão destacada pela Marktest é o facto de a maioria dos portugueses ter respondido que vê “em simultâneo televisão enquanto acede a redes sociais”.
O Grupo Marktest recolheu estes dados “através de entrevistas online, realizadas entre os dias 11 e 22 de julho de 2022, tendo por base um questionário de autopreenchimento”. A amostra tem por base 800 entrevistas a indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental e utilizadores de redes sociais, sendo que “este universo é estimado pelo estudo Bareme Internet da Marktest em 5 621 mil indivíduos”.