Governo esgota margem orçamental para função pública depois de propôr aumento do subsídio de alimentação

Governo esgota margem orçamental para função pública depois de propôr aumento do subsídio de alimentação


De acordo com a secretária de Estado, o valor nominal avançando na reunião de segunda-feira, de 1.200 milhões de euros, passou para cerca de 1.300 milhões. 


O Governo vai avançar com uma proposta para aumentar o subsídio de refeição para 5,20 euros, o que resulta num custo de 77 milhões de euros, elevando a despesa global do Estado com a função pública em 2023 para perto de 1.300 milhões de euros.

"Está esgotada [a margem orçamental] com esta medida em concreto", disse a secretária de Estado da Administração Publica, esta sexta-feira, após a segunda ronda negocial com os sindicatos da função pública na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa.

Inês Ramires também admitiu que a verba já estava antes prevista no orçamento, mas estava dependente daquilo que os sindicatos considerassem ser a prioridade nas negociações.

De acordo com a secretária de Estado, o valor nominal avançando na reunião de segunda-feira, de 1.200 milhões de euros, passou para cerca de 1.300 milhões, estando "dentro do intervalo percentual que o Governo tinha estipulado como aumento da massa salarial, de 5,1%".

O primeiro valor apontado na reunião de segunda-feira englobava aumentos salariais, progressões e promoções e a revisão da tabela remuneratória na administração pública.

Já na ronda de hoje, o Governo propôs um aumento do subsídio de refeição dos atuais 4,77 euros para 5,20 euros, que terá um custo de 77 milhões de euros, elevando então a despesa global prevista em 2023 para perto de 1.300 milhões de euros.

Note-se que, na proposta inicial, o Governo indicou que vai recorrer a 1.200 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) para proceder a aumentos salariais (738 milhões de euros), progressões e promoções (284 milhões) e para valorizar as três carreiras gerais da administração pública (mais 142 milhões).

O acordo será plurianual e contempla aumentos salariais entre 8% e 2%, para 2023, com um mínimo de cerca de 52 euros por trabalhador e a valorização das carreiras gerais de técnico superior, assistente técnico e assistente operacional.

A negociação relativa à valorização das carreiras gerais deverá iniciar-se na segunda quinzena de outubro.