João Cotrim de Figueiredo, deputado e líder da Iniciativa Liberal, começou a sua intervenção no debate com o primeiro-ministro no Parlamento com um apontamento aos primeiros seis meses do Governo, argumentando que António Costa “não tem muito” que celebrar. “Este é o Governo que mais rapidamente passou do estado de graça à desgraça”, atirou o líder liberal, antes de deixar cair uma ‘bomba’ na Assembleia da República.
Cotrim Figueiredo virou armas para o PM e questionou se o Governo está a par da denúncia feita pela ONG Safeguards Defenders, que acusa a existência de “esquadras informais” internacionais localizadas no estrangeiro, incluindo em Portugal, que visam repatriar cidadãos chineses. No mesmo âmbito, o líder liberal perguntou sobre as medidas que o Governo está, ou não, a tomar para “parar estas patentes violações dos direitos humanos”.
Em resposta, António Costa disse que o Executivo não tem conhecimento dessa situação, preferindo sugerir a Cotrim Figueiredo que se diriga com essa denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo a ONG citada por Cotrim Figueiredo, existem duas entidades chinesas que terão instalado dezenas de esquadras informais, um pouco por todo o mundo, três delas em Portugal (em Lisboa, no Porto e na Madeira), e que estarão articuladas com o Partido Comunista Chinês.
“Temos alegações gravíssimas do ponto de vista dos direitos humanos, da soberania nacional (com uma potência estrangeira a operar em solo português) e da segurança nacional porque há agentes de propaganda ao serviço do Partido Comunista Chinês a operar em Portugal”, citou Cotrim Figueiredo.
No mesmo dia, a IL da Madeira emitiu um comunicado a questionar o Governo Regional sobre o assunto, onde diz que o Governo chinês alega já ter conseguido fazer regressar 230 mil chineses.