‘The Russians love their children too’


A atitude do terrorista de Moscovo põe o problema de se saber se no Ocidente e em especial na União Europeia há quem seja capaz de se opor a este potencial clima de guerra nuclear.


Até ao tempo pandémico, o mundo vinha de um longo período de crescimento do produto, taxas de juro reduzidas, apaziguamento de conflitos regionais, rápida afirmação do euro como moeda internacional, impulsos extraordinários na deteção e ataque a certas doenças até hoje incuráveis, democratização ou tentativa de democratização em certas zonas do globo, consciencialização da necessidade de salvaguarda do ambiente, saída de milhões de pessoas da pobreza, designadamente no continente asiático.

Tudo isto constitui gota de água no oceano das dificuldades de muitos países, cujos estádios de desenvolvimento das sociedades, carece ainda de muita liderança e trabalho continuo no plano da educação, das infraestruturas básicas e do aparelho produtivo.

Organizações internacionais atuam em nome destas carências e procuram que estas sociedades, muitas vezes feridas de um conformismo que vai de par com a sua situação económica e social,  possam ajudar-se a si próprias.

Não era um tempo definitivo de ver o “leite e o mel” bíblico a correr pelas ruas do mundo, mas havia um clima de “fim da história”, agora a escrever-se num capítulo de inovações e vivências positivas nas superstruturas do mundo moderno..

Neste contexto global, do que o mundo menos precisava era de uma guerra como aquela que se desenrola na Ucrânia.
Está em jogo algo vital para a potência invasora?

Desde logo se invoca a natureza político/ideológica dos dirigentes ucranianos e o desejo de integração no mundo russo de vastas zonas de territórios “conquistados” pela Rússia; por outro lado, existiriam no meio da população supostas vontades de regresso à “ordem” russa.

Ora nada disto é verdadeiro.

Nas sociedades democráticas não existe o crime de violação pelo exercício da liberdade: de escolher, de participar, de assumir integração na vida política, onde os “referendos” e o direito à autodeterminação e independência não se confunde com charadas organizadas por exércitos invasores com o voto sob ameaça porta a porta, apenas para iludir o monumental e evidente simulacro de um país, com grandeza territorial à escala mundial.

Tudo isto põe o problema da falência do império soviético – aqui bem evidente – e hoje curiosamente ainda apresentado como objetivo a recrear na sua reposição – e põe ao mesmo tempo a evidência de uma sociedade soviética castrada, incapaz de obter o exercício da sua plena afirmação, que impedisse o aparecimento de um ridículo ensaio de novo Czar, com as mãos cheias de sangue de inocentes ucranianos.

Agora, perante o levantamento nacional da Ucrânia, que escolheu o caminho da luta pelo seu destino independente, surge o desafio ao mundo, naquilo que constitui o receio de uma guerra nuclear.

A atitude do terrorista de Moscovo põe o problema de se saber se no Ocidente e em especial na União Europeia há quem seja capaz de se opor a este potencial clima de guerra nuclear, disfarçada pela tolerância perante um verdadeiro sociopata.

E a questão começa pela avaliação de se saber se estamos perante uma ameaça clara e credível.

Se atendermos a declarações anteriores e quase no início da invasão da Ucrânia, recorda-se a tentativa desesperada de impedir a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, com ameaças de “sérias consequências”, chegando a enviar para o espaço aéreo sueco quatro aviões, ao mesmo tempo que exigia “garantias de segurança” aos dois países nórdicos.

Nada permite admitir que a Rússia ande a fazer bluff com o tema “nuclear” mas é hoje doutrina de uso pacifico, admitir que acreditam poder controlar as consequências de lançar uma arma tática para intimidar a Ucrânia e obrigar a recuar ou desistir.

Facto é que a dimensão de coragem dos estadistas ocidentais está em causa, se a palavra que se ouviu nas duas semanas anteriores à invasão da Ucrânia continuar titubeante e de novo recriada nos termos que talvez tenha constituído a “luz verde” que deu ao terrorista de Moscovo a sensação de que podia avançar: Biden cancelou um teste de mísseis ICBM nas vésperas o que nada serviu para evitar o passo seguinte.

(A este propósito a União Europeia não tem deixado dúvidas quanto ao seu posicionamento combativo pela causa ucraniana)

Acabar com esta guerra o mais depressa possível, só não interessa a Moscovo: saberá Putin que seria julgado e defenestrado e por isso, quererá manter o “status quo” hoje existente.

The Russians love their children too, canta Sting, mas hoje em Moscovo, não se contempla o futuro, apenas o presente de um louco fanático.

‘The Russians love their children too’


A atitude do terrorista de Moscovo põe o problema de se saber se no Ocidente e em especial na União Europeia há quem seja capaz de se opor a este potencial clima de guerra nuclear.


Até ao tempo pandémico, o mundo vinha de um longo período de crescimento do produto, taxas de juro reduzidas, apaziguamento de conflitos regionais, rápida afirmação do euro como moeda internacional, impulsos extraordinários na deteção e ataque a certas doenças até hoje incuráveis, democratização ou tentativa de democratização em certas zonas do globo, consciencialização da necessidade de salvaguarda do ambiente, saída de milhões de pessoas da pobreza, designadamente no continente asiático.

Tudo isto constitui gota de água no oceano das dificuldades de muitos países, cujos estádios de desenvolvimento das sociedades, carece ainda de muita liderança e trabalho continuo no plano da educação, das infraestruturas básicas e do aparelho produtivo.

Organizações internacionais atuam em nome destas carências e procuram que estas sociedades, muitas vezes feridas de um conformismo que vai de par com a sua situação económica e social,  possam ajudar-se a si próprias.

Não era um tempo definitivo de ver o “leite e o mel” bíblico a correr pelas ruas do mundo, mas havia um clima de “fim da história”, agora a escrever-se num capítulo de inovações e vivências positivas nas superstruturas do mundo moderno..

Neste contexto global, do que o mundo menos precisava era de uma guerra como aquela que se desenrola na Ucrânia.
Está em jogo algo vital para a potência invasora?

Desde logo se invoca a natureza político/ideológica dos dirigentes ucranianos e o desejo de integração no mundo russo de vastas zonas de territórios “conquistados” pela Rússia; por outro lado, existiriam no meio da população supostas vontades de regresso à “ordem” russa.

Ora nada disto é verdadeiro.

Nas sociedades democráticas não existe o crime de violação pelo exercício da liberdade: de escolher, de participar, de assumir integração na vida política, onde os “referendos” e o direito à autodeterminação e independência não se confunde com charadas organizadas por exércitos invasores com o voto sob ameaça porta a porta, apenas para iludir o monumental e evidente simulacro de um país, com grandeza territorial à escala mundial.

Tudo isto põe o problema da falência do império soviético – aqui bem evidente – e hoje curiosamente ainda apresentado como objetivo a recrear na sua reposição – e põe ao mesmo tempo a evidência de uma sociedade soviética castrada, incapaz de obter o exercício da sua plena afirmação, que impedisse o aparecimento de um ridículo ensaio de novo Czar, com as mãos cheias de sangue de inocentes ucranianos.

Agora, perante o levantamento nacional da Ucrânia, que escolheu o caminho da luta pelo seu destino independente, surge o desafio ao mundo, naquilo que constitui o receio de uma guerra nuclear.

A atitude do terrorista de Moscovo põe o problema de se saber se no Ocidente e em especial na União Europeia há quem seja capaz de se opor a este potencial clima de guerra nuclear, disfarçada pela tolerância perante um verdadeiro sociopata.

E a questão começa pela avaliação de se saber se estamos perante uma ameaça clara e credível.

Se atendermos a declarações anteriores e quase no início da invasão da Ucrânia, recorda-se a tentativa desesperada de impedir a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, com ameaças de “sérias consequências”, chegando a enviar para o espaço aéreo sueco quatro aviões, ao mesmo tempo que exigia “garantias de segurança” aos dois países nórdicos.

Nada permite admitir que a Rússia ande a fazer bluff com o tema “nuclear” mas é hoje doutrina de uso pacifico, admitir que acreditam poder controlar as consequências de lançar uma arma tática para intimidar a Ucrânia e obrigar a recuar ou desistir.

Facto é que a dimensão de coragem dos estadistas ocidentais está em causa, se a palavra que se ouviu nas duas semanas anteriores à invasão da Ucrânia continuar titubeante e de novo recriada nos termos que talvez tenha constituído a “luz verde” que deu ao terrorista de Moscovo a sensação de que podia avançar: Biden cancelou um teste de mísseis ICBM nas vésperas o que nada serviu para evitar o passo seguinte.

(A este propósito a União Europeia não tem deixado dúvidas quanto ao seu posicionamento combativo pela causa ucraniana)

Acabar com esta guerra o mais depressa possível, só não interessa a Moscovo: saberá Putin que seria julgado e defenestrado e por isso, quererá manter o “status quo” hoje existente.

The Russians love their children too, canta Sting, mas hoje em Moscovo, não se contempla o futuro, apenas o presente de um louco fanático.