A união das diferenças


Com o aumento da complexidade e das tensões geopolíticas, o debate do Estado da União tem-se vindo a tornar um momento cada vez mais intenso.


O Parlamento Europeu, casa da democracia europeia, debateu ontem o Estado da União, com a presença dos mais altos responsáveis das diferentes instituições. Ano após ano, com o aumento da complexidade e das tensões geopolíticas, o debate do Estado da União tem-se vindo a tornar um momento cada vez mais intenso e importante. Ano após ano, os cenários em que ele se trava têm mudado radicalmente, o que tem favorecido menos uma avaliação do que foi prometido e concretizado, e têm projetado mais o debate para as formas de enfrentar os desafios do futuro.

Com um contexto de economia de guerra como enquadramento, a capacidade de pôr em prática medidas colaborativas e solidárias é ainda mais crucial. Ursula von der Leyen traçou um caminho ambicioso, afirmando a determinação em continuar a fazer face à agressão Russa, reforçando a autonomia estratégica e protegendo os valores da União, como um programa para proteger as pessoas, a sua segurança e as suas condições de vida.

Destaco algumas das novas agendas lançadas; A nova agenda para a governação económica, mais flexível e promotora do investimento, o pacto para a democracia europeia, o fundo europeu para a soberania e os projetos comuns, as medidas de apoio às PMEs, o reforço das alianças estratégicas, o banco europeu para o Hidrogénio, a aposta no lítio e nas terras raras e a designação do ano de 2023 como ano europeu da educação e da formação, com um foco especial na integração dos novos migrantes, contribuindo para reduzir a escassez de mão de obra. A estas medidas acrescem as ações para reformar os mercados da energia e conter o aumento dos preços.

São necessários resultados imediatos na garantia do abastecimento energético a preços acessíveis, na gestão financeira, económica e social da tensão inflacionária e no apoio aos impactados nas suas condições básicas de vida e que são muito mais dos que os pobres, estendendo-se a mancha a muita da designada classe média europeia, mas por outro lado não podem perder o rumo das escolhas estruturais da União, designadamente no plano da descarbonização e do combate ao aquecimento climático, da digitalização inclusiva e do aprofundamento da democracia, da salvaguarda da paz e da liberdade e a oposição aos discursos de ódio e da fragmentação de valores e princípios puxada pelos radicalismos populistas. As propostas de Ursula no debate do Estado da União estão em linha com este duplo desafio, mas terão que ter em conta um terceiro fator; a diversidade.

A atitude de apoio forte à Ucrânia tem-se mantido firme em toda a União, mas é natural que tendo cada Estado membro as suas especificidades geográficas, económicas, sociais e políticas, o perfil das medidas conjuntas tenha que alinhar com as necessidades, as expectativas e as circunstâncias concretas, nunca perdendo de vista os objetivos comuns.

Estamos perante mais um desafio existencial para o nosso futuro coletivo. Não temos todos que escolher os mesmos trilhos, mas temos que chegar juntos às metas concertadas, valorizando o que partilhamos e conjugando as diferenças, para atingirmos os resultados que ambicionamos.

 

Eurodeputado do PS

A união das diferenças


Com o aumento da complexidade e das tensões geopolíticas, o debate do Estado da União tem-se vindo a tornar um momento cada vez mais intenso.


O Parlamento Europeu, casa da democracia europeia, debateu ontem o Estado da União, com a presença dos mais altos responsáveis das diferentes instituições. Ano após ano, com o aumento da complexidade e das tensões geopolíticas, o debate do Estado da União tem-se vindo a tornar um momento cada vez mais intenso e importante. Ano após ano, os cenários em que ele se trava têm mudado radicalmente, o que tem favorecido menos uma avaliação do que foi prometido e concretizado, e têm projetado mais o debate para as formas de enfrentar os desafios do futuro.

Com um contexto de economia de guerra como enquadramento, a capacidade de pôr em prática medidas colaborativas e solidárias é ainda mais crucial. Ursula von der Leyen traçou um caminho ambicioso, afirmando a determinação em continuar a fazer face à agressão Russa, reforçando a autonomia estratégica e protegendo os valores da União, como um programa para proteger as pessoas, a sua segurança e as suas condições de vida.

Destaco algumas das novas agendas lançadas; A nova agenda para a governação económica, mais flexível e promotora do investimento, o pacto para a democracia europeia, o fundo europeu para a soberania e os projetos comuns, as medidas de apoio às PMEs, o reforço das alianças estratégicas, o banco europeu para o Hidrogénio, a aposta no lítio e nas terras raras e a designação do ano de 2023 como ano europeu da educação e da formação, com um foco especial na integração dos novos migrantes, contribuindo para reduzir a escassez de mão de obra. A estas medidas acrescem as ações para reformar os mercados da energia e conter o aumento dos preços.

São necessários resultados imediatos na garantia do abastecimento energético a preços acessíveis, na gestão financeira, económica e social da tensão inflacionária e no apoio aos impactados nas suas condições básicas de vida e que são muito mais dos que os pobres, estendendo-se a mancha a muita da designada classe média europeia, mas por outro lado não podem perder o rumo das escolhas estruturais da União, designadamente no plano da descarbonização e do combate ao aquecimento climático, da digitalização inclusiva e do aprofundamento da democracia, da salvaguarda da paz e da liberdade e a oposição aos discursos de ódio e da fragmentação de valores e princípios puxada pelos radicalismos populistas. As propostas de Ursula no debate do Estado da União estão em linha com este duplo desafio, mas terão que ter em conta um terceiro fator; a diversidade.

A atitude de apoio forte à Ucrânia tem-se mantido firme em toda a União, mas é natural que tendo cada Estado membro as suas especificidades geográficas, económicas, sociais e políticas, o perfil das medidas conjuntas tenha que alinhar com as necessidades, as expectativas e as circunstâncias concretas, nunca perdendo de vista os objetivos comuns.

Estamos perante mais um desafio existencial para o nosso futuro coletivo. Não temos todos que escolher os mesmos trilhos, mas temos que chegar juntos às metas concertadas, valorizando o que partilhamos e conjugando as diferenças, para atingirmos os resultados que ambicionamos.

 

Eurodeputado do PS