Bruxelas pondera impor teto aos preços de gás russo importado

Bruxelas pondera impor teto aos preços de gás russo importado


 “É necessário mais trabalho para avaliar os possíveis impactos adversos sobre alguns Estados-membros”, disse a comissária europeia da Energia.


A Comissão Europeia garantiu que vão ser precisos “mais estudos” sobre impactos de um limite de preços às importações de gás por gasoduto da Rússia ou de outro fornecedor para a Europa, não devendo avançar já com nenhuma medida. “Apesar de um limite de preço do gás nas importações de gás por gasoduto russo poder permitir responder melhor à manipulação atual das cadeias de fornecimento e dos preços, é necessário mais trabalho para avaliar os possíveis impactos adversos sobre alguns Estados-membros”, afirmou a comissária europeia da Energia, Kadri Simson.

A posição da responsável europeia da tutela foi transmitida aos eurodeputados num debate sobre a resposta da União Europeia (UE) ao aumento de preços da energia, um dia antes de a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propor medidas urgentes. “Continuamos dispostos a avaliar medidas mais intrusivas para baixar os preços, garantindo o fornecimento”, ressalvou Kadri Simson, especificando que Bruxelas está também “a aprofundar a análise sobre como poderia funcionar um limite horizontal [de preços] sobre todo o gás importado pela Europa e as suas implicações”. E deixou uma garantia: “Não existe uma fórmula mágica para trazer os preços de volta aos níveis anteriores à guerra” da Ucrânia, que exacerbou a crise energética, mas prometeu um “pacote de emergência direcionado para aliviar a pressão sobre os preços e ajudar os cidadãos”.

Desta forma, das medidas que serão anunciadas na quarta-feira pelo executivo comunitário não deverá constar também um limite de preços para o gás natural liquefeito (GNL), com a comissária europeia a apontar que a instituição “está pronta para dar início ao trabalho [de análise] sobre um índice de preços de referência”.

Recorde-se que von der Leyen já na semana passada colocou algumas ideias sobre a mesa, entre as quais a imposição de um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de eletricidade com baixos custos e uma “contribuição solidária” das empresas de combustíveis fósseis, assim como uma meta vinculativa para redução do consumo de eletricidade e a facilitação de apoio à liquidez por parte dos Estados-membros para as empresas de serviços energéticos que se confrontam com problemas devido a essa volatilidade do mercado.