Regresso às aulas. Saiba como poupar e evitar gastos extra

Regresso às aulas. Saiba como poupar e evitar gastos extra


As famílias portuguesas estão a pensar gastar entre 251 e 500 euros no arranque de mais um ano letivo, mas é no Porto que a fatura deverá pesar mais. Recorrer ao crédito poderá dar uma ajuda, mas conte com custos acrescidos.


Novo ano letivo, despesas novas. E este ano a fatura deverá aumentar para as famílias portuguesas. De acordo com o estudo realizado pelo Observador Cetelem, os gastos deverão subir 50% com os encarregados de educação a preverem gastar, em média, 525 euros nas compras escolares para este ano letivo, bem acima dos euros estimados no ano passado. “Esta perceção estará relacionada com a estimativa que os inquiridos fazem do aumento de preços dos materiais que precisam de comprar”, sendo que, “para minimizar impacto da inflação, 57% tencionam conter-se nas compras” e “95% vão tomar medidas para tornar as compras do regresso às aulas menos dispendiosas”, diz o estudo.

A maior parte das famílias (27%) estima que irá gastar entre 251 e 500 euros, enquanto 22% conta gastar entre 501 e 750 euros, 18% espera não passar os 250 euros e 15% prevê gastar mais de 751 euros.

As famílias que têm um estudante a seu cargo (cerca de 68%) esperam gastar em média 475 euros. Já as que têm dois educandos (28%) preveem custos na ordem dos 617 euros e as que têm três ou mais (4%) estimam que gastarão 710 euros, verificando-se uma relação entre os gastos e o nível de ensino dos educandos, com os primeiros a serem mais altos à medida que o percurso escolar avança.

No que diz respeito às áreas metropolitanas, os gastos das famílias no Grande Porto serão, em média, mais elevados (690 euros) do que os das famílias da Grande Lisboa (547 euros). 

Preço dita compra Quanto à lista do que tencionam comprar, o material escolar essencial (82%), os artigos de vestuário/calçado (70%) e o material para realização de educação física (59%) continuam a liderar as intenções de compra. Segue-se o material de apoio didático extra (46%), que regista uma das maiores descidas, de cerca de 18 p.p. face a 2021. A completar o top 5, 37% dos encarregados de educação revelam que tencionam comprar tecnologia (37%) – ainda assim, menos do que nos últimos anos, quando foi necessário um maior investimento das famílias na compra de equipamento informático para o ensino à distância.

No entanto, analisando os resultados por grau de ensino, observa-se que os alunos do ensino básico são os que têm maior intenção de comprar material escolar novo (91%), assim como material para realização de educação física (72%). No secundário, há maior compra de equipamentos tecnológicos como calculadoras, tablets e periféricos informáticos. Já os alunos universitários são os que têm uma maior intenção de adquirir vestuário/calçado (85%).

Relativamente ao material escolar que tencionam adquirir, 82% dos inquiridos estima gastar em média cerca de 110 euros em material essencial (mochila, canetas, lápis, etc.), 70% calcula gastar em média 176 euros em artigos de vestuário/calçado e 59% aponta uma média de 142 euros para equipamento para educação física.

Para comprar o material escolar essencial, os portugueses preferem recorrer às lojas físicas  -papelarias, grandes superfícies, etc. – (86%), assim como para comprar vestuário/calçado (84%) e material para educação física (83%). Já os equipamentos tecnológicos, são comprados pela maior fatia dos encarregados tanto em lojas físicas como online.

Mas ao contrário do que acontecia em anos anteriores, desta vez mais de metade do material escolar seja reutilizado, feito de materiais ecológicos, recicláveis e sustentável – 36%, mais 24 p.p. face ao ano anterior. É entre os que têm educandos a seu cargo a estudar no ensino superior (45%) e no secundário (44%) que verificamos uma maior consciencialização ambiental. Esta é também maior nas áreas metropolitanas do Porto (48%) e de Lisboa (45%) e menos na Região Centro (15%).

Quando questionados sobre o critério que consideram mais importante na hora de escolher o material escolar, os  inquiridos consideram que é o preço (68%) – sobretudo os encarregados de educação com educandos a frequentar o 3.º ciclo (27%), ensino superior (25%) e secundário (22%) -, a qualidade (62%) – principalmente os do secundário (26%) e pré-escolar (25%) – e a adequação à lista fornecida pela escola (61%) – para os encarregados de educação com filhos a frequentar o pré-escolar (47%).

Em relação ao tipo de ensino, o estudo indica ainda que há mais alunos que frequentam o ensino público com mais atenção ao preço (23%), e mais entre os do privado a valorizar a qualidade (26%).

Poupança extra Recorrer aos sites na internet das editoras e dos livros pode fazer toda a diferença no momento de pagar. Estes livros são exatamente iguais aos que poderia comprar numa loja física, mas as cadeias oferecem uma percentagem de desconto pela encomenda online, bem como outras condições favoráveis, nomeadamente portes gratuitos ou vales de desconto para compras futuras.

A escolha é variada: a Wook, a Porto Editora, o Continente (descontos em cartão tanto nos manuais como no material escolar), a Leya e a Bertrand oferecem descontos nas compras feitas online e as “promoções” poderão ser ainda maiores em determinados materiais, como dicionários e livros de preparação para os testes, etc. Mas os preços reduzidos não ficam por aqui. Os hipermercados também estão a fazer promoções ao material escolar.

Cuidados a ter Recorrer ao crédito é uma das formas encontradas pelas famílias portuguesas para fazerem face a estes gastos habituais no início de cada ano letivo. No entanto, essa escolha de recorrer ao crédito implica juros, tornando o material mais caro do que realmente é.

Apesar de prometerem como vantagens a celeridade, a comodidade e a menor burocracia, os créditos rápidos implicam sempre juros mais elevados, o que pode vir a complicar ainda mais a situação financeira da família. Mas para aqueles que não têm outra alternativa e estão a pensar em pedir um financiamento a curto prazo, a utilização do cartão de crédito ou o saldo a descoberto da conta-ordenado podem ser as melhores soluções.