Quando 300 euros parecem uma grande ajuda


Se o Governo podia ou não fazer mais, são opções, mas neste caso, como na pandemia, a estratégia parecem ser medidas gradualistas.


As expectativas estavam elevadas, muito também pelas declarações do Presidente da República nos últimos dias, que ontem se limitou a promulgar os diplomas sem anotações, o que é logo sintomático. E se não se pode dizer que a montanha tenha parido um rato, a verdade é que se percebe que os apoios ontem anunciados pelo Governo terão um impacto reduzido nos orçamentos familiares e no estímulo ao consumo, o duplo efeito pretendido pelo Governo.

Com os preços a aumentar, das contas às mensalidades, a começar já pela despesa que muitas famílias têm neste mês de setembro com o regresso às aulas, facilmente o apoio único que será recebido em outubro pelas famílias é devorado. Se o Governo podia ou não fazer mais, são opções, mas neste caso, como na pandemia, a estratégia parecem ser medidas gradualistas.

O que é angustiante é não se perceber como se sairá desta espiral em que a inflação carrega sobre gastos que os portugueses já têm habitualmente e que são desproporcionais aos seus rendimentos. Num país onde se ganha como se ganha em Portugal, gastar-se 100 euros em material escolar com crianças, pagar-se 300 ou 400 por um ATL porque a escola não dá acompanhamento todo o dia, ou mais se a opção for um colégio; pagar 600, 700 ou 900 euros de renda ou agora mais de 100 euros para encher o depósito do carro é o problema de fundo que este pacote extra do Governo nunca resolveria.

É a economia, mas é o nosso problema. E é tanto que 350 euros, por muito que se desfaçam as contas nos próximos dias, vão parecer mesmo uma boa ajuda em outubro, como parecem os dias sem IVA nos supermercados, etc. São três idas à bomba de gasolina.

O problema está no resto, como fica patente nas mensagens e emails dos bancos que há uns meses vendiam créditos com juros acima de 10% para as férias e agora, para dar um exemplo que me caiu ontem no email, aliciam com crédito especial a taxa reduzida (risos) para “renovar guarda-roupa, ténis, livros e materiais escolares” com TAEG de 11,8% a 15,9%. Há uns anos eram notícia os ovos da Páscoa a prestações no Brasil. Já estivemos mais longe disso.

Quando 300 euros parecem uma grande ajuda


Se o Governo podia ou não fazer mais, são opções, mas neste caso, como na pandemia, a estratégia parecem ser medidas gradualistas.


As expectativas estavam elevadas, muito também pelas declarações do Presidente da República nos últimos dias, que ontem se limitou a promulgar os diplomas sem anotações, o que é logo sintomático. E se não se pode dizer que a montanha tenha parido um rato, a verdade é que se percebe que os apoios ontem anunciados pelo Governo terão um impacto reduzido nos orçamentos familiares e no estímulo ao consumo, o duplo efeito pretendido pelo Governo.

Com os preços a aumentar, das contas às mensalidades, a começar já pela despesa que muitas famílias têm neste mês de setembro com o regresso às aulas, facilmente o apoio único que será recebido em outubro pelas famílias é devorado. Se o Governo podia ou não fazer mais, são opções, mas neste caso, como na pandemia, a estratégia parecem ser medidas gradualistas.

O que é angustiante é não se perceber como se sairá desta espiral em que a inflação carrega sobre gastos que os portugueses já têm habitualmente e que são desproporcionais aos seus rendimentos. Num país onde se ganha como se ganha em Portugal, gastar-se 100 euros em material escolar com crianças, pagar-se 300 ou 400 por um ATL porque a escola não dá acompanhamento todo o dia, ou mais se a opção for um colégio; pagar 600, 700 ou 900 euros de renda ou agora mais de 100 euros para encher o depósito do carro é o problema de fundo que este pacote extra do Governo nunca resolveria.

É a economia, mas é o nosso problema. E é tanto que 350 euros, por muito que se desfaçam as contas nos próximos dias, vão parecer mesmo uma boa ajuda em outubro, como parecem os dias sem IVA nos supermercados, etc. São três idas à bomba de gasolina.

O problema está no resto, como fica patente nas mensagens e emails dos bancos que há uns meses vendiam créditos com juros acima de 10% para as férias e agora, para dar um exemplo que me caiu ontem no email, aliciam com crédito especial a taxa reduzida (risos) para “renovar guarda-roupa, ténis, livros e materiais escolares” com TAEG de 11,8% a 15,9%. Há uns anos eram notícia os ovos da Páscoa a prestações no Brasil. Já estivemos mais longe disso.