Para criticar a posição do PCP em relação à guerra na Ucrânia, encetada pela Rússia, a Juventude Popular (JP) colocou, esta quinta-feira, um cartaz perto do recinto onde decorrerá a Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, Amora, no concelho do Seixal.
“Para o PCP não há guerra como esta!”: esta é a frase estampada no cartaz da JP, que, por sua vez, é o slogan da festa comunista adaptada ao contexto internacional. De referir ainda que as cores e o grafismo utilizada pela JP são idênticas às que o PCP costuma usar para difundir a sua festa.
"Kharkiv, Bucha, Odessa e Mariupol são 'cabeças de cartaz', enquanto, exemplos como tortura, bombardeamento de alvos civis, destruição de património cultural, massacres e crimes sexuais surgem como 'artistas secundários' deste 'festival' dos jovens do CDS-PP. Não faltam ainda referência a jornalistas e outras figuras que foram brutalmente assassinadas", explicou a juventude centrista num comunicado, citado pela agência Lusa, revelando que o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, esteve presente no momento em que foi estendido o cartaz.
Na ótica do presidente da JP, Francisco Camacho, "se o PCP continua a relativizar a guerra, não condenando a invasão russa", os centristas fizeram "questão de relembrar as consequências disso, à porta de sua casa".
"Os cidadãos russos vivem sob uma ditadura digital, por isso compreendemos que não saibam bem que existe uma guerra cheia de mortos, famílias desfeitas, cidades destruídas. Mas, em Portugal, vivemos em democracia e na era da literacia digital: aqui não há motivos para andarmos de olhos fechados, ignorantes quanto ao que se passa na Ucrânia", argumentou o líder da juventude.
Francisco Camacho também considerou que "aqueles que vão e compactuam com o festival estão a desconsiderar e a esquecer-se da Guerra que decorre na Ucrânia desde fevereiro".
Recorde-se que esta não é a primeira vez que são colocados cartazes junto à festa comunista por estruturas partidárias. Em 2020, momento de plena pandemia, a JSD e a JP recorreram a este meio para criticarem a realização do evento então envolto em polémica devido ao contexto pandémico causado pela covid-19.