Ode à Ria Formosa


A Ria Formosa confunde-se com o mar, e os dias transcorrem vagarosamente, fora do bulício do Algarve ecuménico, internacional, massificado das férias de agência de viagem.


O maior segredo do Algarve são as suas ilhas-barreira. Um areal interminável na Deserta, na Culatra, na Armona. Lá, a Ria Formosa confunde-se com o mar, e os dias transcorrem vagarosamente, fora do bulício do Algarve ecuménico, internacional, massificado das férias de agência de viagem. É um Algarve despretensioso, paradoxalmente exclusivo, ancorado nas tradições do pé descalço, marcado na sua autenticidade pelos velhos lobo de mar, de cigarro no canto da boca, cerveja na mão, gargalhada rotunda e oracular e muita sabedoria popular. Aprende-se muito com todos eles. É impossível não nos rendermos a esse modo de vida, ao sentido de comunidade de povo resistente, aos laços indestrutíveis que os ligam e que resistem à incompreensão dos homens e às agruras de invernos inclementes, que os fustigam.

É assim a Culatra, mas não só. Quem lá vive, nas ilhas, não é há muito que tem água e eletricidade – ainda há quem não beneficie destas maravilhas da civilização -, e, talvez por isso, exiba esse estoicismo tão próprio dos deserdados, aqueles a quem se nega atenção e pouco ou nada contam nas decisões.

Aprendi, ao longo dos anos, a compreende-los e a admirar profundamente o seu modo de vida. A ver, pelos seus olhos, a estupenda magia da Ria Formosa, dos pássaros ao lingueirão, das transformações da natureza em cada verão – como se a Ria fosse sempre algo novo a descobrir – à beleza dos seus recantos mais recônditos, aqueles a que só um olhar treinado e competente pode aspirar a decifrar.

Não tenho mais a dizer. Apenas: apanhem o barco e deixem-se guiar por esta maravilhosa pérola da natureza.

Militante do PSD

Ode à Ria Formosa


A Ria Formosa confunde-se com o mar, e os dias transcorrem vagarosamente, fora do bulício do Algarve ecuménico, internacional, massificado das férias de agência de viagem.


O maior segredo do Algarve são as suas ilhas-barreira. Um areal interminável na Deserta, na Culatra, na Armona. Lá, a Ria Formosa confunde-se com o mar, e os dias transcorrem vagarosamente, fora do bulício do Algarve ecuménico, internacional, massificado das férias de agência de viagem. É um Algarve despretensioso, paradoxalmente exclusivo, ancorado nas tradições do pé descalço, marcado na sua autenticidade pelos velhos lobo de mar, de cigarro no canto da boca, cerveja na mão, gargalhada rotunda e oracular e muita sabedoria popular. Aprende-se muito com todos eles. É impossível não nos rendermos a esse modo de vida, ao sentido de comunidade de povo resistente, aos laços indestrutíveis que os ligam e que resistem à incompreensão dos homens e às agruras de invernos inclementes, que os fustigam.

É assim a Culatra, mas não só. Quem lá vive, nas ilhas, não é há muito que tem água e eletricidade – ainda há quem não beneficie destas maravilhas da civilização -, e, talvez por isso, exiba esse estoicismo tão próprio dos deserdados, aqueles a quem se nega atenção e pouco ou nada contam nas decisões.

Aprendi, ao longo dos anos, a compreende-los e a admirar profundamente o seu modo de vida. A ver, pelos seus olhos, a estupenda magia da Ria Formosa, dos pássaros ao lingueirão, das transformações da natureza em cada verão – como se a Ria fosse sempre algo novo a descobrir – à beleza dos seus recantos mais recônditos, aqueles a que só um olhar treinado e competente pode aspirar a decifrar.

Não tenho mais a dizer. Apenas: apanhem o barco e deixem-se guiar por esta maravilhosa pérola da natureza.

Militante do PSD