Almeida Bruno e os comandos guineenses que ficaram para trás


Herói da guerra, sendo um dos militares mais condecorados (há mesmo quem defenda que foi o que recebeu mais condecorações), Almeida Bruno haveria de ser preso pela PIDE quando, juntamente com outros camaradas, preparou um golpe de Estado, para depor o antigo regime.


Ontem morreu o general Almeida Bruno, um militar elogiado por aqueles que combateram em África e criticado pela esquerda, devido à sua colagem a António de Spínola. Segundo figuras próximas, Almeida Bruno carregou sempre a mágoa de ter sido obrigado a deixar para trás os comandos guineenses que foram fuzilados, na Guiné-Bissau, depois do 25 de Abril. Comandos esses que tinha criado no início dos anos 70. Curiosamente, ainda há meses estive no país africano e ouvi lamentos contra os portugueses por terem abandonado aqueles que os defendiam…

Herói da guerra, sendo um dos militares mais condecorados (há mesmo quem defenda que foi o que recebeu mais condecorações), Almeida Bruno haveria de ser preso pela PIDE quando, juntamente com outros camaradas, preparou um golpe de Estado, para depor o antigo regime. O episódio ficou conhecido como a intentona das Caldas, e a 16 de março de 1974 a polícia política teve ordens para o matar se resistisse à detenção.

Depois do 25 de Abril, Almeida Bruno começa a perder terreno quando se dá a famosa manifestação da ‘Maioria silenciosa’ que pretendia reforçar os poderes do Presidente de então, o general António de Spínola, que se demitiu dois dias depois, devido ao fracasso da ação. Mas seria uns meses depois que Almeida Bruno voltaria a ser detido, após os acontecimentos do 11 de março, onde oficiais leais ao antigo Presidente da República tentaram fazer outro golpe de Estado.

Mas a vida pública de Almeida Bruno não acabaria aí. Por volta de 1980 chega a comandante-geral da PSP e é sob a sua ‘gerência’ que se lança a Escola Superior de Polícia (ESP), dando lugar aos civis na PSP. E é por isso que Almeida Bruno é tão recordado pelos polícias que com ele conviveram, apesar de também haver alguns que o detestavam devido à sua aversão a associações sindicais.

É espantoso como a ESP ainda mantém o mesmo espírito de então: o internato, que Almeida Bruno copiou da Academia Militar. O general ainda foi presidente do Supremo Tribunal Militar. Com a sua morte desaparece um certo Portugal que acreditava em determinados valores.

Almeida Bruno e os comandos guineenses que ficaram para trás


Herói da guerra, sendo um dos militares mais condecorados (há mesmo quem defenda que foi o que recebeu mais condecorações), Almeida Bruno haveria de ser preso pela PIDE quando, juntamente com outros camaradas, preparou um golpe de Estado, para depor o antigo regime.


Ontem morreu o general Almeida Bruno, um militar elogiado por aqueles que combateram em África e criticado pela esquerda, devido à sua colagem a António de Spínola. Segundo figuras próximas, Almeida Bruno carregou sempre a mágoa de ter sido obrigado a deixar para trás os comandos guineenses que foram fuzilados, na Guiné-Bissau, depois do 25 de Abril. Comandos esses que tinha criado no início dos anos 70. Curiosamente, ainda há meses estive no país africano e ouvi lamentos contra os portugueses por terem abandonado aqueles que os defendiam…

Herói da guerra, sendo um dos militares mais condecorados (há mesmo quem defenda que foi o que recebeu mais condecorações), Almeida Bruno haveria de ser preso pela PIDE quando, juntamente com outros camaradas, preparou um golpe de Estado, para depor o antigo regime. O episódio ficou conhecido como a intentona das Caldas, e a 16 de março de 1974 a polícia política teve ordens para o matar se resistisse à detenção.

Depois do 25 de Abril, Almeida Bruno começa a perder terreno quando se dá a famosa manifestação da ‘Maioria silenciosa’ que pretendia reforçar os poderes do Presidente de então, o general António de Spínola, que se demitiu dois dias depois, devido ao fracasso da ação. Mas seria uns meses depois que Almeida Bruno voltaria a ser detido, após os acontecimentos do 11 de março, onde oficiais leais ao antigo Presidente da República tentaram fazer outro golpe de Estado.

Mas a vida pública de Almeida Bruno não acabaria aí. Por volta de 1980 chega a comandante-geral da PSP e é sob a sua ‘gerência’ que se lança a Escola Superior de Polícia (ESP), dando lugar aos civis na PSP. E é por isso que Almeida Bruno é tão recordado pelos polícias que com ele conviveram, apesar de também haver alguns que o detestavam devido à sua aversão a associações sindicais.

É espantoso como a ESP ainda mantém o mesmo espírito de então: o internato, que Almeida Bruno copiou da Academia Militar. O general ainda foi presidente do Supremo Tribunal Militar. Com a sua morte desaparece um certo Portugal que acreditava em determinados valores.