Guerra. Moscovo procura ‘tapar’ perdas do exército dando armas a prisioneiros

Guerra. Moscovo procura ‘tapar’ perdas do exército dando armas a prisioneiros


O recrutamento não é só numa prisão, segundo diz Vladimir Osechkin, fundador do grupo de direitos dos prisioneiros Gulagu.net. Moscovo está a ‘vasculhar’ em sete regiões diferentes durante as últimas semanas. 


Moscovo está a recorrer a prisioneiros para aumentar a sua força militar na Ucrânia. A notícia é avançada pela Associated Press, dizendo que na prisão de São Petersburgo, na Rússia, os prisioneiros foram abordados por homens de uniforme que lhes ofereceram amnistia, em troca de lutarem pelo exército russo na invasão ao país vizinho. 

Um testemunho de uma namorada de um prisioneiro, também à mesma agência, conta que já saíram várias pessoas das prisões, mas o seu namorado não é uma delas, apesar de este ter ponderado na hipótese, tendo em conta que ainda lhe falta cumprir vários anos de pena. 

O recrutamento não é só numa prisão, segundo diz Vladimir Osechkin, fundador do grupo de direitos dos prisioneiros Gulagu.net. Moscovo está a 'vasculhar' em sete regiões diferentes durante as últimas semanas. 

A estratégia militar vem no seguimento das perdas russas em terras ucranianas e também da recusa de soldados em lutar pela invasão levada a cabo por Vladimir Putin. 

"Estamos a assistir a uma enorme saída de pessoas que querem deixar a zona de guerra", disse o advogado Alexei Tabalov, dono de uma empresa de assistência jurídica, acrescentando que assistiu a um aumento de pedidos para rescindir os contratos com o exército russo.

"Eu, pessoalmente, tenho a impressão de que todos os que puderem estão prontos para fugir", disse ainda à agência.