Desabafos estivais


O lucro é desejável e essencial, é algo bom, mas devemos regular situações em que o mesmo se torna desproporcionado.


1. Há alguns para quem a guerra é tempo de bonança. Obtêm lucros extraordinários sem que para isso tenham feito esforço algum.

Não descobriram uma inovação, trabalham de modo mais eficiente ou melhoraram a capacidade de gestão. Estão apenas a aumentar as suas margens por um desequilíbrio entre a oferta e a procura.

Creio, por isso, que sendo premiados pela “sorte” num tempo tão dramático para tantos outros, devem ser chamados a ajudar mais. O lucro é desejável e essencial, é algo bom, mas devemos regular situações em que o mesmo se torna desproporcionado.

É assim que estão a fazer na Inglaterra ou em Itália, governos que não são de esquerda.

O Estado, à sua maneira, também tem que fazer a sua parte. A inflação faz explodir a receita fiscal, agora a bater todos os recordes. O Governo devia devolver aos cidadãos o que está a arrecadar a mais, os quais estão a viver a austeridade que a inflação lhes impõe e têm cada vez maiores dificuldades. O Governo não pode esperar enquanto a carestia de vida engole os mais pobres.

2. Por estes dias é um tormento arranjar alguém para trabalhar. No Algarve, por exemplo, há registo de 15 000 desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional mas, mesmo assim, é um martírio encontrar-se pessoal para trabalhar. 

Basta ouvir os relatos desesperados dos empresários de que, muitos deles, quando são convocados para as entrevistas ou não comparecem ou pedem, em surdina, para não serem contratados. Nuns casos, são falsos desempregados que recebem subsídios, mas têm trabalhos paralelos não declarados, não passam fatura. Noutros, gente que não lhes interessa o turismo ou a agricultura, estão indisponíveis para trabalhos exigentes, preferem o sol e a praia, são campeões das sopas e descanso.

Já sei o que me vão retorquir: Paguem melhor! Mas o facto é que os empresários – pelo menos a maioria deles – está a oferecer mais do que oferecia, porque a procura de trabalhadores é muita e a oferta é pouca.

E, não fora os trabalhadores de outras geografias, as coisas seriam bem pior. Nisto, passam os anos e o problema está enraizado, só se agravando.

É preciso fiscalizar e é preciso ter exigência. Doutro modo, não andamos para a frente e somos o país do desenrasca. Quem paga as favas é quem trabalha!

 

Militante do PSD

Desabafos estivais


O lucro é desejável e essencial, é algo bom, mas devemos regular situações em que o mesmo se torna desproporcionado.


1. Há alguns para quem a guerra é tempo de bonança. Obtêm lucros extraordinários sem que para isso tenham feito esforço algum.

Não descobriram uma inovação, trabalham de modo mais eficiente ou melhoraram a capacidade de gestão. Estão apenas a aumentar as suas margens por um desequilíbrio entre a oferta e a procura.

Creio, por isso, que sendo premiados pela “sorte” num tempo tão dramático para tantos outros, devem ser chamados a ajudar mais. O lucro é desejável e essencial, é algo bom, mas devemos regular situações em que o mesmo se torna desproporcionado.

É assim que estão a fazer na Inglaterra ou em Itália, governos que não são de esquerda.

O Estado, à sua maneira, também tem que fazer a sua parte. A inflação faz explodir a receita fiscal, agora a bater todos os recordes. O Governo devia devolver aos cidadãos o que está a arrecadar a mais, os quais estão a viver a austeridade que a inflação lhes impõe e têm cada vez maiores dificuldades. O Governo não pode esperar enquanto a carestia de vida engole os mais pobres.

2. Por estes dias é um tormento arranjar alguém para trabalhar. No Algarve, por exemplo, há registo de 15 000 desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional mas, mesmo assim, é um martírio encontrar-se pessoal para trabalhar. 

Basta ouvir os relatos desesperados dos empresários de que, muitos deles, quando são convocados para as entrevistas ou não comparecem ou pedem, em surdina, para não serem contratados. Nuns casos, são falsos desempregados que recebem subsídios, mas têm trabalhos paralelos não declarados, não passam fatura. Noutros, gente que não lhes interessa o turismo ou a agricultura, estão indisponíveis para trabalhos exigentes, preferem o sol e a praia, são campeões das sopas e descanso.

Já sei o que me vão retorquir: Paguem melhor! Mas o facto é que os empresários – pelo menos a maioria deles – está a oferecer mais do que oferecia, porque a procura de trabalhadores é muita e a oferta é pouca.

E, não fora os trabalhadores de outras geografias, as coisas seriam bem pior. Nisto, passam os anos e o problema está enraizado, só se agravando.

É preciso fiscalizar e é preciso ter exigência. Doutro modo, não andamos para a frente e somos o país do desenrasca. Quem paga as favas é quem trabalha!

 

Militante do PSD