Para os fãs de futebol a expressão Querido Mês de Agosto ganha ainda mais sentido. O pontapé de saída da Liga portuguesa 2022/23 está já à porta, mas para o Benfica o arranque da nova época começa a todo o gás ainda mais cedo. Mas antes de olharmos com atenção para o mês quente que os encarnados vão ter pela frente, uma referência para o FC Porto, que iniciou a temporada da melhor forma. O atual campeão nacional bateu o Tondela (3-0), no Estádio Municipal de Aveiro, na noite de sábado, e conquistou a 23ª Supertaça Cândido de Oliveira do seu palmarés. Os dragões seguem líderes indiscutíveis da prova, seguidos pelo Sporting, com 9 troféus na competição, e Benfica, com 8, a fechar o pódio.
Na lista de vencedores da competição apenas podem ser encontrados outros dois clubes, com o Boavista a exibir três Supertaças e o Vitória SC com uma. Mas é altura de regressar ao Estádio da Luz, uma vez que são as águias que esperam as maiores provas de fogo nos próximos dias. Depois de ter terminado a última época no 3.º lugar da I Liga – ou seja, fora dos dois primeiros lugares que dão acesso direto à Liga dos Campeões –, os encarnados vão disputar já esta terça-feira (2 de agosto, às 20h00) a primeira mão da terceira pré-eliminatória da liga milionária. O_Benfica vai medir forças com os dinamarqueses do Midtjylland, o primeiro desafio na corrida à fase de grupos da Champions.
Trata-se do primeiro jogo oficial de Roger Schmidt no comando técnico do Benfica, depois de uma pré-época 100% vitoriosa, com destaque para a vitória da Eusébio Cup, diante dos ingleses do Newcastle, por 3-2.
O técnico alemão, que veio do PSV Eindhoven para suceder a Nélson Veríssimo, tem ainda do seu lado o favoritismo do clube português perante adversários dinamarqueses. Apesar de nunca ter defrontado a formação de Herning nas taças europeias, o clube da Luz ultrapassou as seis eliminatórias com dinamarqueses, sempre sem derrotas: em 14 jogos, soma 12 vitórias e dois empates.
Uma nota, contudo, para a mudança vivida no Midtjylland nos últimos dias – a menos de uma semana do encontro com o Benfica, o clube despediu o treinador Bo Henriksen, com o adjunto Henrik Jensen a assumir interinamente o cargo.
A decisão foi tomada precisamente após a qualificação para a 3ª pré-eliminatória da Champions, explicou o clube em comunicado. De recordar que o clube dinamarquês vai defrontar o Benfica depois de ter eliminado os cipriotas AEK Larnaca na 2.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões: depois de dois empates (1-1), os dinamarqueses asseguraram o passaporte para esta fase já nas grandes penalidades (3-4). Sem vitórias nos primeiros quatro jogos oficiais desta temporada, a mudança de treinador acabou por tornar-se inevitável.
Entretanto, já na passada sexta-feira e com o novo treinador, o clube estreou-se a vencer no campeonato da Dinamarca, à terceira jornada, com goleada sobre o Odense por 5-1. E é nesta montanha-russa de emoções que o Midtjylland chega agora à Luz.
Um mês, oito jogos
O calendário do Benfica para este mês não deixa espaço para folgas. No que respeita à Champions, o Benfica espera ultrapassar com alguma facilidade o Midtjylland (com 2.ª mão agendada para 9 de agosto, na Dinamarca) e marcar assim presença no play-off, o derradeiro desafio antes de garantir a presença na fase de grupos da prova, onde FC Porto e Sporting já têm lugar marcado.
Na última eliminatória de acesso à fase de grupos, que se disputará em 16, 17, 23 e 24 de agosto, calhará ao Benfica o vencedor do embate entre os franceses do Mónaco e os neerlandeses do PSV Eindhoven ou o vencedor entre os ucranianos do Dinamo Kiev e os austríacos do Sturm Graz.
Pelo meio a equipa de Roger Schmidt irá iniciar o seu percurso na Liga portuguesa. O_jogo entre Benfica e Arouca, no Estádio da Luz, vai abrir a I Liga de 2022/23 no dia 5 de agosto, sexta-feira, a partir das 20h15. Ainda este mês, os encarnados defrontam o Casa Pia (fora), no dia 12, o Paços de Ferreira (casa), no dia 21, e o Boavista (fora), no dia 28.
Contas feitas, serão oito os jogos que o Benfica poderá disputar, naquele quer será também um mês decisivo para os cofres do clube presidido por Rui Costa.
Clássico à terceira jornada
O Benfica vai estar em destaque pelas razões óbvias, mas não será o único.
A Liga tem reservado o primeiro clássico da prova já na terceira jornada, entre FC Porto e Sporting (21 de agosto). Na jornada inaugural, o campeão FC Porto recebe o Marítimo (6 de agosto) e o vice-campeão Sporting desloca-se à casa do SC Braga (7 de agosto). O segundo clássico acontece à 10.ª jornada, também no estádio do Dragão, entre FC Porto e Benfica (fim de semana de 23 de outubro).
Já o primeiro dérbi entre Benfica e Sporting está agendado para a 16.ª e penúltima ronda da primeira volta, no Estádio da Luz.
Por sua vez, na segunda volta do campeonato, o FC_Porto vai a Alvalade defrontar o Sporting no fim de semana de 12 de fevereiro de 2023, pouco antes de visitar o Benfica, no início de abril, a contar para a 27.ª jornada da prova.
O último dérbi tem palco em Alvalade, com o Benfica a medir forças com o Sporting no fim de semana de 21 de maio, na 33.ª e penúltima jornada da Liga portuguesa de 2022/23.
De relembrar os números alcançados na última época: o FC Porto sagrou-se campeão nacional pela 30.ª vez, ao terminar com um recorde de 91 pontos, seguido pelo Sporting, segundo classificado, com 85. O Benfica – recordista de troféus (37) – fechou o pódio, com 74.
Já em 2020/21, quando o Sporting se sagrou campeão nacional, o Benfica havia terminado em terceiro lugar a prova, tendo sido também obrigado a disputar a pré-eliminatória da Liga dos_Campeões.
Curiosamente, há um ano, os encarnados bateram no play-off o PSV Eindhoven, na altura orientado por… Roger Schmidt. Antes, na 3.ª pré-eliminatória, eliminaram o Spartak de Moscovo, de Rui Vitória.
No geral, nas eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica só caiu por três vezes em 10 tentativas, conseguindo o passaporte para a prova milionária nas restantes sete.
A águia perdeu apenas em 2003/04, frente à Lazio, e na época seguinte, diante do Anderlecht. Já em 2020/21 perdeu ante o PAOK de Abel. Em todas as ocasiões caiu na 3.ª pré-eliminatória, embora nesta última apenas disputada a uma mão devido à covid-19, com o 2-1 registado na Grécia a matar de imediato as ambições encarnadas naquela edição da Champions.