O ex-Presidente dos Estados Unidos reapareceu esta quarta-feira em Washington, pela primeira vez desde que deixou o cargo em 2021, e aproveitou para criticar o seu sucessor por considerar que os EUA «foram postos de joelhos».
«O nosso país foi posto de joelhos. Quem imaginaria? (…) Nunca tivemos nada parecido com o que está a acontecer agora», disse Trump, perante o grupo de reflexão conservador America First Policy Institute.
Num discurso centrado na segurança e na necessidade de recuperar o controlo, e sem falar das suas intenções quanto às eleições presidenciais de 2024, manifestou-se confiante de que um novo mandato republicano inverteria a atual situação.
«Este novembro, as pessoas votarão [nas eleições intercalares] para impedir a destruição do nosso país e votarão para salvar o futuro da América. Estou aqui para começar a falar sobre o que devemos fazer para alcançar esse futuro quando ganharmos em 2022 e quando um presidente republicano recuperar a Casa Branca em 2024, o que acredito verdadeiramente que acontecerá», afirmou.
Apesar de ainda não ter oficializado a sua decisão, diversos especialistas acreditam que Trump irá recandidatar-se à presidência nas eleições de 2024.
Questionado sobre se o anúncio da sua recandidatura faria o departamento de justiça trabalhar «mais rápido», Garland explicou que «responsabilizaremos qualquer pessoa que tenha sido criminalmente responsável por tentar interferir na transferência legítima e legal de poder de um Governo para o outro».
Investigação da Invasão ao Capitólio
O cerco em torno de Donald Trump parece estar mais apertado do que nunca.
O Departamento da Justiça dos Estados Unidos, que atualmente investiga a invasão ao Capitólio, que ocorreu a 6 de janeiro de 2021, quando, alegadamente, o ex-Presidente terá incentivado um grupo de apoiantes a invadir o edifício para impedir a certificação da vitória do atual líder do país, Joe Biden.
Apesar de ainda não ter sido aberta uma investigação criminal diretamente ligada a Trump (nunca nenhum Presidente dos Estados Unidos foi indiciado por conduta criminosa), o Departamento da Justiça está a investigar o ataque de janeiro de 2021 e, segundo avançam vários meios de comunicação norte-americanos, os promotores estão a questionar testemunhas, perante um grande júri, sobre as conversas que tiveram com Trump e o seu círculo íntimo nos meses que antecederam o motim.
Entre os questionados estão diversos membros da antiga equipa do ex-vice-presidente Mike Pence, que foram interrogados sobre que instruções terão recebido de Donald Trump, em relação a quaisquer tentativas de impedir que a vitória eleitoral do Presidente Joe Biden fosse certificada pelo Congresso.
O líder deste Departamento, Merrick Garland, afirmou que irá «perseguir a justiça sem medo ou qualquer tipo de favores», acrescentando ainda que a investigação está a «agir com urgência para compreender tudo o que aconteceu sobre este período e levar à justiça todos os que são criminalmente responsáveis por interferir na transferência pacífica de poder, que é o elemento fundamental de nossa democracia».
Esta investigação conduzida pelo Departamento da Justiça dos Estados Unidos é diferente das audiências de alto nível realizadas pelo Congresso, que ocorreram nas últimas semanas, sobre a invasão, o que levou o ex-Presidente Donald Trump a caracterizá-la como uma «caça às bruxas política».