Este ano poderá bater recordes no que respeita ao número de reformas de professores. Desde o início do ano, já se reformaram 1416 professores – de acordo com as listas já divulgadas pela Caixa Geral de Aposentações, que revelam que no mês de agosto se vão reformar 174 professores e educadores de infância -, o que representa o maior número dos últimos nove anos.
Tomando em conta os números dos primeiros oito meses do ano e as médias, pode augurar-se que este será, efetivamente, um ano recordista, até porque, em média, este ano, reformaram-se 177 professores por mês, o valor mais alto desde 2013.
A estimativa aponta, então, para cerca de 2 mil professores aposentados até ao final do ano civil, o que significaria um recorde praticamente da última década inteira. Em 2021, reformaram-se 1944 docentes, e o valor só foi ultrapassado em 2013, ano em que se aposentaram 4628 professores.
“Saber que nos próximos anos podemos não ter professores suficientes deve preocupar o país inteiro”, afirmou Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, citado pelo Correio da Manhã.
A afirmação vem na sequência da estimativa de que, tomando em conta o alto número de aposentadorias que se augura para este ano, será necessário encontrar novos professores para 240 mil alunos, assumindo que cada docente dá aulas a 120 estudantes.
“A formação não é suficiente porque os jovens não querem seguir uma carreira que não está valorizada. Tem que ver com os vencimentos baixíssimos nos primeiros escalões, e com a falta de apoio na deslocação e estadia a profissionais colocados muito longe de casa”, continuou Filinto Lima, considerando que o Ministério das Finanças “não pode meter a cabeça na areia nesta matéria”.