Um porta-voz da Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF, na sigla em inglês) anunciou a nomeação de uma delegação de representantes para negociar um acordo de paz com o Governo da Etiópia, noticiou o jornal sudanês Sudan Tribune.
"O Governo de Tigray vai escolher uma equipa de negociação com todos os processos de garantia necessários para a tomada de decisões", explicou o porta-voz para as Relações Exteriores da TPLF, Kindeya Gebrehiwot.
O TPLF respondeu assim ao anúncio do Governo etíope da nomeação de uma delegação de sete membros para negociar com o grupo rebelde.
A delegação de Adis Abeba é liderada pelo vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Demeke Mekonnen, e começou a trabalhar na semana passada.
O Governo de Abiy Ahmed espera que a União Africana patrocine as negociações de paz, mas questionou a neutralidade da organização pan-africana e já solicitou o envolvimento do Presidente queniano, Uhuru Kenyatta.
Em vez disso, a TPLF denunciou a "proximidade" do enviado da UA, o ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, ao Governo etíope.
Estas apreensões atrasaram o início das conversações de paz, inicialmente marcadas para o final de junho, sendo por enquanto desconhecido o local específico ou a hora do início destes contactos.
A região de Tigray encontra-se na prática isolada pelas forças militares, pelo que não é possível enviar medicamentos e outras ajudas humanitárias a uma população que se encontra à beira da fome como resultado do confronto entre o Exército e a TPLF que eclodiu em novembro de 2020.