Reino Unido. A corrida para a sucessão

Reino Unido. A corrida para a sucessão


Uma nova votação deixou apenas cinco candidatos à sucessão de Boris Johnson no papel de primeiro-ministro. A corrida é liderada por Rishi Sunak e Penny Mordaunt. 


A lista de candidatos para suceder a Boris Johnson no ‘melhor emprego do mundo’ como primeiro-ministro do Reino Unido está a ficar cada vez mais curta, com apenas cinco nomes, encabeçados pelo antigo ministro britânico das Finanças, Rishi Sunak, e a antiga ministra da Defesa, Penny Mordaunt.

Depois desta nova votação, passam à segunda volta Sunak (101 votos), Mordaunt (83), a ministra dos Negócios Estrangeiros Liz Truss (64), a secretária de Estado da Igualdade Kemi Badenoch (49) e o deputado Tom Tugendhat (32). A atual procuradora-geral do governo britânico, Suella Braverman, de 42 anos, acabou por ser eliminada da corrida.

O antigo ministro das Finanças é considerado o favorito para suceder a Johnson, que se demitiu do cargo de líder conservador na semana passada, após uma debandada em massa de membros do Governo por causa de meses de escândalos éticos. Permanecerá no cargo até que o seu substituto seja escolhido.

Considerado uma estrela em ascensão no Governo e no partido, Sunak foi um dos primeiros ministros a apresentar a demissão, uma decisão que foi condenada por aliados de Johnson, que acusam o antigo ministro das Finanças de ter orquestrado a queda do primeiro-ministro.

Para além disso, Sunak, o único político britânico que alguma vez entrou na lista das famílias mais ricas do Sunday Times, foi fortemente criticado pelos aumentos de impostos que apresentou enquanto chanceler. Apesar das críticos, um porta-voz do antigo ministro das Finanças revelou que este pretende «continuar com mensagens sólidas sobre a agenda económica», cita a BBC, alegando que os outros candidatos se afastaram de suas promessas.

Mas a vitória de Sunak não está garantida, muito pelo contrário. A candidata Penny Mordaunt tem-se destacado na corrida graças a uma série de apoios de peso, liderando nas probabilidades da casa de aposta Ladbrokes.

A antiga ministra da Defesa possui uma grande vantagem em relação a candidatos como Liz Truss ou Sunak, afirma o The Guardian. Não fazia parte do círculo interno de Johnson, que a afastou depois desta ter apoiado, em 2019, Jeremy Hunt (que está a apoiar Sunak como sucessor do primeiro-ministro) para liderar o Partido Conservador. Este afastamento de Johnson pode vir a ser decisivo na sua vitória.

A subida de Mordaunt nas sondagens foi algo inesperada, com Truss, outrora considerada como uma das favoritas para suceder a Johnson, a continuar atrás da antiga ministra da Defesa.

Enquanto continua este grande alarido entre os Tories para escolher o seu próximo líder, as sondagens revelam que podemos estar perante uma viragem ideológica no Reino Unido, com o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, a ultrapassar qualquer dos possíveis sucessores de Johnson, apesar de, esta semana, ter visto ser rejeitada uma moção de censura ao Governo.

O Partido Trabalhista anunciou, esta quarta-feira, que apresentaria uma moção de censura, que justificou como a «última oportunidade» para remover Boris Johnson como primeiro-ministro. O principal partido da oposição quer impedir que Johnson continue em funções até setembro, quando for anunciado um novo líder do partido escolhido exclusivamente pelos deputados e militantes conservadores.

«Não o podem deixar pendurado durante semanas e semanas e semanas até ao 5 de setembro. Seria intolerável para o país», defendeu o líder Trabalhista. O próximo primeiro-ministro do Reino Unido será anunciado a 5 de setembro, de acordo com a Reuters.  De momento, Boris Johnson não declarou apoio a nenhum dos candidatos na corrida à sua sucessão.