António Costa disse esta quinta-feira que a Polícia Judiciária (PJ) e a Guarda Nacional República (GNR) conseguiram aprimordiar as suas capacidades técnicas, resultando em mais detenções e condenações de incendiários nos últimos anos.
"Ao longo dos últimos anos, isso tem permitido haver não só um maior número de detenções, como também, inclusivamente, um maior número de condenações, porque a prova chega a tribunal suficientemente sólida para determinar as condenações", disse o primeiro-ministro, no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em declarações aos jornalistas.
O chefe do Executivo recordou que, no final de 2017, foi criado um mecanismo na lei "que está agora a ser utilizado e que passa pela possibilidade de os tribunais aplicarem medidas de detenção domiciliária preventiva a pessoas que foram condenadas de forma recorrente por incêndio, ou que se sabe que têm uma propensão".
"Nessas circunstâncias, independentemente de terem praticado um ato concreto, de forma preventiva e como medida de segurança, pode ser aplicado a esse cidadão uma medida de contenção domiciliária, sujeito a pulseira eletrónica, de forma a garantir que fica em casa e que é possível rastrear os seus movimentos", disse ainda, acrescentando que é "uma medida acrescida, para além das medidas típicas do processo penal."
"Em princípio, só há medidas de coação quando há um processo crime. Neste caso, a lei permite a aplicação de medidas restritivas da liberdade de circulação mesmo quando não há um processo crime, porque se conhece pela personalidade de determinantes agentes, pelo seu percurso histórico, que devem ser adotadas medidas de segurança preventivas nestes períodos de maior risco de incêndio", frisou o primeiro-ministro.