Não é fácil a arte de dominar um público, mas Florence Welch, sim, a Florence de Florence and the Machine, é uma mestre desta arte.
Milhares de pessoas esperavam ansiosas pelo seu concerto e a vocalista do grupo não quis desiludir. Com mais energia do que qualquer membro da audiência, Welch correu quilómetros em cima de palco, cantou mais do que qualquer voz na audiência e incentivou todas as almas a deixarem tudo o que tinham no seu concerto.
Melhor exemplo possível para descrever este concerto foi a receção de Dog Days Are Over, single maior do conjunto, onde, a juntar aos milhares de pessoas que já estavam a ver o concerto, ainda mais se dirigiram a correr para ouvir a icónica música do grupo. A grande proeza que Florence conseguiu (e insistiu) durante o concerto foi pedir que todos guardassem o seu telemóvel e usufruíssem do momento como se não existisse amanhã.
Durante o concerto da banda britânica, uma conterrânea teve a difícil missão de encher um palco na extremidade oposta do festival. Nilüfer Yanya, cantora inglesa de origem turca, subiu ao palco quando tinha apenas umas trinta pessoas pela frente, mas deu um concerto como se estivesse com perante o Altice Arena completamente lotado.
Com uma linguagem musical que deve bastante aos anos 1990, com o contraste de momentos calmos e a distorção típica do grunge dos Nirvana ou o rock alternativo dos Pixies ou da PJ Harvey (a quem a cantora fez questão de homenagear com uma cover de Rid of Me, do disco seminal com o mesmo nome de 1993), a cantora encantou todos aqueles que optaram por ver o seu concerto em oposição à cabeça de cartaz.
Mais tarde, os queridos do indie pop, alt-J, fecharam o palco principal do NOS Alive com um concerto onde passearam pela sua discografia. Através de uma competente performance conseguiram encantar tanto os fãs nostálgicos sequiosos por ouvir músicas como a Breezeblocks, mas também aqueles que (por milagre) nunca tinham prestado atenção à discografia do grupo.
Mas, antes de todos estes nomes subirem ao palco, durante o por do sol, a britânica Jorja Smith ofereceu um belo momento ao Passeio Marítimo de Algés, com um concerto repleto de soul e R&B, com a carismática artista a realizar um emotivo concerto marcado tanto pela sua poderosa voz, como pela mestria da banda que a acompanhava.
No palco WTF Clubbing subiram dois dos maiores porta-estandartes do movimento “Novo Fado” em Portugal, Rita Vian e Pedro Mafama, que encantaram novos e velhos fãs, nacionais e internacionais, com a sua nova interpretação da música típica portuguesa.
Para encerrar a noite, um “confronto” entre músicas que exploram os sons da diáspora portuguesa, os Bateu Matou, no Palco Heineken, a substituir os Glass Animals, e no WTF Clubbing um DJ ser que contou com Batida e Branko, para animar e queimar o resto da energia dos festivaleiros que ainda aguentaram no recinto.
No terceiro dia do festival, vamos poder ouvir sonoridades mais “pesadas” com artistas como os Metallica e os Royal Blood a tomarem de assoalho o palco NOS.