Achim Steiner, diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), afirmou esta quarta-feira que a Ucrânia deve lutar contra a corrupção face ao considerável fluxo de ajudas para a reconstrução do país, na sequência da invasão russa, de forma a impedir "o roubo do seu próprio povo".
A declarações de Steiner, à agência de notícias AFP, surgem um dia depois do encerramento de uma conferência internacional sobre a recontrução da Ucrânia, que teve lugar em Lugano, Suíça, na segunda e terça-feira.
"A corrupção é, em última análise, um roubo do desenvolvimento nacional, do erário público e, em última análise, do povo do país", reiterou Steiner. "É do interesse da Ucrânia ser vista como proativa nesta área", continuou, já que "há uma quantidade significativa de financiamentos que virá de fora do país".
A recontrução da Ucrânia, segundo estimou Denys Chmygal, primeiro-ministro daquele país, precisará de um montante de 750.000 milhões de dólares (cerca de 728.000 milhões de euros), num prazo de 10 anos. O político prometeu "combater a corrupção" e "torná-la impossível", com recurso à "digitalização para limitar ao máximo os intermediários humanos capazes de ceder à tentação".
Segundo Achim Steiner, o PNDU pode "fortalecer muito rapidamente essa confiança na capacidade da Ucrânia de gerir" os apoios financeiros, colaborando com as autoridades do país na "prestação de contas, transparência e uso de tecnologias digitais nas plataformas do Governo".
O PNUD, no seu relatório de 2021, classificou a Ucrânia como o 122.º país mais corrupto (num total de 180). O número, porém, representa uma melhoria relativamente a 2014 (142º).