Foi por causa dos privados que as coisas no SNS chegaram a este ponto?


Se se gastou mais e os serviços não funcionam, então só há uma conclusão a tirar: o dinheiro está a ser mal gasto. E esse dinheiro, diga-se, não é do Governo. Não é António Costa que paga do seu bolso. São os contribuintes. Ou seja, o que o primeiro-ministro disse, na prática, foi que o…


Parece mentira, mas o setor que o Governo socialista elegeu como prioridade, e considerava até um pouco a joia da coroa, o Serviço Nacional de Saúde, é precisamente aquele que lhe tem dado mais dores de cabeça. Se provas fossem precisas, há dias a diretora-geral de Saúde avisou-nos que é de evitar adoecer em agosto… Nem no tempo da troika, diz quem sabe, as coisas chegaram a este ponto.

O primeiro-ministro tem procurado sacudir as responsabilidades com um argumento aparentemente válido: nunca se gastou tanto na saúde como nestes mandatos. A questão é irrefutável. Como se costuma dizer, os números não mentem.

Mas se se gastou mais e os serviços não funcionam, então só há uma conclusão a tirar: o dinheiro está a ser mal gasto. E esse dinheiro, diga-se, não é do Governo. Não é António Costa que paga do seu bolso. São os contribuintes. Ou seja, o que o primeiro-ministro disse, na prática, foi que o Governo está a gerir mal o dinheiro dos nossos impostos.

Segundo Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português, e a extrema-esquerda, a culpa do estado do SNS é dos privados. Que roubam os médicos ao SNS e lucram milhões à conta disso.

Mas também aí se pode ver a questão sob outro prisma. Onde estaríamos se não fossem os hospitais privados? A verdade é que são eles que aliviam o SNS de milhões e milhões de consultas, cirurgias, etc. Sem eles, o SNS não estaria melhor, pelo contrário, estaria muito mais sobrecarregado.

Mas, claro, os inimigos do capitalismo preferem acreditar que estamos todos errados. Os doentes estão errados porque preferem ir a um hospital privado, onde são bem atendidos, em vez de esperarem meses por uma consulta no público. Os médicos e outros profissionais estão errados, porque preferem trabalhar para quem lhes oferece melhores condições, em vez de irem penar para as unidades do SNS. E, finalmente, os administradores dos hospitais privados estão errados porque conseguem obter lucro em vez de darem prejuízo.

Aí, como em tantas outras coisas, a extrema-esquerda está enganada. Como já se percebeu, não é despejando cada vez mais dinheiro dos contribuintes no SNS que as coisas se resolvem. Se o dinheiro for mal gasto continuará tudo na mesma.

O problema está sobretudo na organização e na gestão dos recursos – financeiros, humanos, de equipamentos, etc.

Ainda bem que não é a extrema-esquerda que manda, porque de uma forma geral os hospitais privados funcionam bastante bem e, se fôssemos dar ouvidos aos mais radicais, nem isso nos restaria.

Foi por causa dos privados que as coisas no SNS chegaram a este ponto?


Se se gastou mais e os serviços não funcionam, então só há uma conclusão a tirar: o dinheiro está a ser mal gasto. E esse dinheiro, diga-se, não é do Governo. Não é António Costa que paga do seu bolso. São os contribuintes. Ou seja, o que o primeiro-ministro disse, na prática, foi que o…


Parece mentira, mas o setor que o Governo socialista elegeu como prioridade, e considerava até um pouco a joia da coroa, o Serviço Nacional de Saúde, é precisamente aquele que lhe tem dado mais dores de cabeça. Se provas fossem precisas, há dias a diretora-geral de Saúde avisou-nos que é de evitar adoecer em agosto… Nem no tempo da troika, diz quem sabe, as coisas chegaram a este ponto.

O primeiro-ministro tem procurado sacudir as responsabilidades com um argumento aparentemente válido: nunca se gastou tanto na saúde como nestes mandatos. A questão é irrefutável. Como se costuma dizer, os números não mentem.

Mas se se gastou mais e os serviços não funcionam, então só há uma conclusão a tirar: o dinheiro está a ser mal gasto. E esse dinheiro, diga-se, não é do Governo. Não é António Costa que paga do seu bolso. São os contribuintes. Ou seja, o que o primeiro-ministro disse, na prática, foi que o Governo está a gerir mal o dinheiro dos nossos impostos.

Segundo Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português, e a extrema-esquerda, a culpa do estado do SNS é dos privados. Que roubam os médicos ao SNS e lucram milhões à conta disso.

Mas também aí se pode ver a questão sob outro prisma. Onde estaríamos se não fossem os hospitais privados? A verdade é que são eles que aliviam o SNS de milhões e milhões de consultas, cirurgias, etc. Sem eles, o SNS não estaria melhor, pelo contrário, estaria muito mais sobrecarregado.

Mas, claro, os inimigos do capitalismo preferem acreditar que estamos todos errados. Os doentes estão errados porque preferem ir a um hospital privado, onde são bem atendidos, em vez de esperarem meses por uma consulta no público. Os médicos e outros profissionais estão errados, porque preferem trabalhar para quem lhes oferece melhores condições, em vez de irem penar para as unidades do SNS. E, finalmente, os administradores dos hospitais privados estão errados porque conseguem obter lucro em vez de darem prejuízo.

Aí, como em tantas outras coisas, a extrema-esquerda está enganada. Como já se percebeu, não é despejando cada vez mais dinheiro dos contribuintes no SNS que as coisas se resolvem. Se o dinheiro for mal gasto continuará tudo na mesma.

O problema está sobretudo na organização e na gestão dos recursos – financeiros, humanos, de equipamentos, etc.

Ainda bem que não é a extrema-esquerda que manda, porque de uma forma geral os hospitais privados funcionam bastante bem e, se fôssemos dar ouvidos aos mais radicais, nem isso nos restaria.