Isabel Moreira critica órgãos de comunicação social em relação ao caso Jéssica: “Parecem abutres”

Isabel Moreira critica órgãos de comunicação social em relação ao caso Jéssica: “Parecem abutres”


“O que temos visto por parte de muitos órgãos de comunicação social é aviltante. Jornalistas a perseguirem familiares da criança de câmaras em riste a fazerem perguntas indecorosas, sem respeito algum pela privacidade dos ditos”.


A deputada socialista Isabel Moreira criticou esta sexta-feira a cobertura de alguns órgãos de comunicação do caso de Jéssica, a menina de três anos que morreu em Setúbal devido à alegada falta de pagamento de uma dívida. 

Através de uma publicação partilhada na rede social Facebook, Isabel Moreira argumentou que os meios de social pareciam “abutres em concurso uns com os outros”, em nome das audiências.

“Morreu uma menina pequenina em circunstâncias ainda não judicialmente apuradas, mas certamente agonizantes. Morreu uma menina de 3 anos que se chamava Jéssica sem tamanho para se defender, era uma criança”, começou por escrever a deputada do Partido Socialista (PS). 

Isabel Moreira escreve que Jéssica deveria ter sido protegida "pela comunidade que a isso está obrigada" e que "sempre que uma criança morre assim, brutalmente, sentimos que falhámos". Desse modo, acredita que "devia ser natural" que se respeitasse "o silêncio e o respeito", além do “luto”. 

“O que temos visto por parte de muitos órgãos de comunicação social é aviltante. Jornalistas a perseguirem familiares da criança de câmaras em riste a fazerem perguntas indecorosas, sem respeito algum pela privacidade dos ditos”, sublinhou.

A deputada comparou os órgãos de comunicação a "abutres em concurso uns com os outros".

"Jéssica não pode ser velada no tal silêncio, porque parece que há direitos televisivos nesse momento e relatos das reações dos vários familiares que não vou descrever. Seria normal respeitarem a dor coletiva de uma comunidade que falhou, mas nem sequer respeitam a dignidade de uma pessoa concreta, uma criança de 3 anos, que tinha um nome, chamava-se Jéssica, com direito a direitos, e com direito a que outros cuidassem deles", disse.

Isabel Moreira deixou apelo, pedindo às "entidades que zelam pela decência" que se pronunciem, uma vez que não deveria ser feita tal cobertura “porque as pessoas gostam de ver” e em nome das “audiências”.