Verão. Seca vai impor restrições

Verão. Seca vai impor restrições


Reunião inter-ministerial da comissão de seca vai ter lugar esta semana, com condicionamentos ao uso de água no horizonte. Em maio, choveu apenas 13% do histórico. Barragens estão a baixar.  


A situação de seca no país agravou-se em maio e a previsão é de que venha a piorar este mês. Segundo o Nascer do SOL apurou, a reunião interministerial da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca vai ter lugar na próxima semana, com condicionamentos ao uso de água no horizonte. E parecem inevitáveis, com praticamente todo o país em seca severa, que por agora já será extrema numa fatia maior do território.

O balanço mensal intercalar deverá ser publicado também na próxima semana. Ao Nascer do SOL, a divisão de Clima do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que faz este acompanhamento, adianta que «as previsões indicam um mês de junho com valores de precipitação inferiores ao normal pelo que é expectável no final do mês um agravamento da intensidade da seca meteorológica em todo o território com um aumento da área em seca extrema». 

No final de maio, mês em que choveu apenas 13% do valor histórico para esta altura do ano, 97,1% do território de Portugal continental estava em seca severa e 1,4% em seca extrema, com o remanescente em seca moderada. Em secas anteriores já chegou a haver uma maior fatia do país em seca extrema em maio, mas no computo geral havia menos área nas categorias de seca mais severa, que no final do mês já abrangiam a totalidade do território. Uma situação que, como o i noticiou, está a fazer soar alarmes, naquele que é até à data o segundo ano hidrológico mais seco desde 1931. Mais: as barragens, mesmo aquelas em que a produção de eletricidade foi suspensa em fevereiro, ainda não recuperaram para níveis normais, pelo que a manutenção desta situação no tempo – sempre sendo imprevisível se o outono/inverno serão muito mais chuvosos – vai obrigar à gestão da água com muita cautela nos meses quentes. Até porque as albufeiras, que recuperaram nos últimos meses, já estão de novo a baixar. 

Castelo de Bode, que abastece toda a região de Lisboa e onde a produção elétrica foi interrompida em fevereiro, quando a cota chegou a baixar para os 106,12 metros, recuperou até aos 112,22 metros (valor atingido na primeira semana de junho), mas desde então voltou a baixar e esta quinta-feira ao final do dia já estava nos 111,94 metros. Ou seja, menos 28 centímetros em 12 dias, e agora já não há mais caudal para reduzir ou produção elétrica para interromper. Mas o cenário de seca é comprovável noutros pontos do país. Na Albufeira do Ribeiro da Mula, em Sintra, quem não lá for há algum tempo pode ver bem o recuo da água neste ano de seca, como partilhou com o SOL um visitante.