França. Esquerda quer estragar planos de Emmanuel Macron

França. Esquerda quer estragar planos de Emmanuel Macron


Macron conseguiu vencer a primeira volta das legislativas, mas esquerda quer impedir que o Presidente conquiste a maioria na segunda volta.


A coligação de centro do Presidente francês, Emmanuel Macron, saiu vitoriosa da primeira volta das eleições legislativas, mas foi por pouco, conquistando 25,75% dos votos contra os 25,66% arrecadados pela coligação histórica de partidos de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon.

Apesar das sondagens indicarem que o Presidente Macron ainda pode conseguir vencer a segunda volta das legislativas, este resultado deixa a maioria do partido do Presidente francês em risco, podendo limitar a sua capacidade para definir as políticas domésticas, nomeadamente a decisão controversa de querer aumentar a idade da reforma e fazer cortes nos impostos.

A aliança liderada por Mélenchon, Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES), composta por partidos de esquerda, comunistas, ecologistas e socialistas, quer estragar os planos do Presidente francês, reduzindo ao máximo o número de assentos da coligação Juntos.

O plano para suceder nesta missão é continuar a advogar as medidas que tem defendido ao longo da campanha, como diminuir a idade da reforma em França para os 60 anos (atualmente, está fixada nos 62, uma das idades de reforma mais baixas entre os países industrializados), aumentar o ordenado mínimo e congelar os preços da alimentação básica, dos combustíveis e energias.

Após as primeiras projeções terem sido reveladas, ambos os políticos apelaram à sua base de eleitores a rumar às urnas no dia 19 de junho. 

Segundo o Guardian, o Presidente Macron e os seus ministros intensificaram, durante esta semana, na sua campanha os alertas que Mélenchon era perigoso e um extremista que mataria a União Europeia, “aliar-se com a Rússia” e aumentaria a “desordem mundial”.

Já o candidato de esquerda-radical motivou os eleitores a voltarem às urnas no próximo domingo de forma a “rejeitar definitivamente as políticas desastrosas da maioria de Macron” e afirmou que “o partido presidencial está abatido e derrotado”.

As sondagens indicam que o Juntos deverá conseguir entre 255 e 295 lugares no Parlamento – para obter a maioria absoluta é necessário conseguir 289 lugares –; já o NUPES deverá conseguir entre 150 a 190 lugares, mas, enquanto estes dois partidos disputam o primeiro e segundo lugar, o terceiro partido mais votado foi a União Nacional de Marine le Pen, com 18,68% dos votos, com a candidata de extrema-direita à espera de conseguir aumentar o número de deputados.

As eleições que decorreram neste domingo registaram uma abstenção histórica, que rondou os 53%, com a porta-voz do Governo, Olivia Grégoire, a considerar tratar-se de um “problema chave”.

A segunda volta das eleições acontecerá no próximo domingo, dia 19 de junho, e contará com  todos os partidos que tenham obtido pelo menos um resultado correspondente a 12,5% dos eleitores inscritos.