Proibição do aborto nos EUA teria “consequências globais radicais”, diz vice-presidente da Comissão Europeia

Proibição do aborto nos EUA teria “consequências globais radicais”, diz vice-presidente da Comissão Europeia


“Abortos inseguros são a principal, mas evitável, causa de morte” das mulheres, referiu Dombrovskis.


Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia, disse esta quarta-feira que a possível proibição do aborto nos Estados Unidos da América (EUA), por decisão do Supremo Tribunal, poderá resultar em "consequências globais radicais", muito para além das mulheres norte-americanas.

As declarações vieram na sequência do debate que ocorreu no Parlamento Europeu sobre as ameaças globais ao direito ao aborto, depois de no início de maio ter sido noticiado que o Supremo Tribunal dos EUA pode revogar a proteção do direito ao aborto, que se encontra em vigor naquele país desde 1973.

Em representação do executivo comunitário, Valdis Dombrovskis salientou que reverter essa decisão, conhecida como 'Roe versus Wade', significaria um "revés profundo para um direito constitucional bem estabelecido".

O político da Letónia lembrou ainda que o Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou esta hipótese como "radical" e alertou que colocaria em risco outros direitos que dizem respeito à saúde reprodutiva feminina, bem como a autonomia do corpo da mulher. 

"Compartilhamos totalmente essa preocupação e, de fato, as consequências seriam radicais, não apenas para os Estados Unidos, mas globalmente", continuou Dombrovskis.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% dos abortos são realizados de forma insegura. Destes, a grande maioria ocorre em países em desenvolvimento, recordou o vice-presidente da Comissão Europeia. "Abortos inseguros são a principal, mas evitável, causa de morte" das mulheres, referiu Dombrovskis,