Comissão de Transparência. Ventura sem sanção no caso da nomeação de pai da deputada como assessor

Comissão de Transparência. Ventura sem sanção no caso da nomeação de pai da deputada como assessor


Deputado diz que comissão concluiu o que lhe parecia “evidente”. A relação de parentesco não é entre André Ventura, que foi quem nomeou, e Manuel Matias, chamado para o cargo.


A Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados já emitiu o parecer sobre André Ventura ter nomeado para assessor político do grupo parlamentar do Chega Manuel Matias, pai da deputada Rita Matias. Entidade considera que não há lugar a sanção.

O caso, conhecido no final de abril, foi polémico e recebeu várias críticas, a organização Transparência Internacional (TI) Portugal pediu esclarecimentos ao presidente da Assembleia da República, alegando que a nomeação violava tanto a “letra” como “espírito” da lei que visa “impedir e tornar ilegal a nomeação para órgãos políticos de familiares dos respetivos titulares”.

A nomeação foi remetida para a Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados que, sabe-se agora, considerou não haver lugar a uma sanção de André Ventura, pois a relação de parentesco não é entre quem nomeia e quem foi nomeado.

“Em virtude da inexistência de uma relação de natureza familiar prevista no nº2 do artigo 2º da lei nº 78/2019, de 2 de setembro, entre o senhor deputado André Ventura do grupo parlamentar do partido Chega, e o assessor por si nomeador sr.dr. Manuel Matias, não pode ser desencadeada, relativamente a este senhor deputado, a cominação prevista no nº3 do artigo 2º da lei 78/2019, de 2 de setembro, ou seja, a perda de mandato daquele senhor deputado, não obstante a nulidade do ato em presença”, lê-se no parecer.

Em declarações ao Nascer do Sol, André Ventura sublinhou que a comissão concluiu o que ao líder do Chega parecia “evidente”. “Não poderá haver qualquer sanção porque não nomeei nenhum familiar meu”, disse.