A história da Altice Labs remonta a 1950, mas há seis anos que funciona nos seus moldes atuais. Nesta terça-feira, em Aveiro, cidade-berço deste centro de investigação e desenvolvimento da Altice, celebrou-se o seu sexto aniversário, com muita tecnologia, inovação e propostas para o futuro, nomeadamente na área do bem-estar e da saúde digital.
Alcino Lavrador, Diretor da Altice Labs, Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, e Alexandre Fonseca, Co-CEO do Grupo Altice, tomaram as rédeas do evento, que contou também com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves.
Na tenda montada para o efeito, e mesmo antes de chegar à sala onde iria decorrer a a apresentação dos projetos desenvolvidos pela Altice Labs, encontravam-se diferentes protótipos de diferentes ideias e tecnologias desenvolvidas por este centro de inovação, em parceria com outras empresas e entidades. Destacou-se, por exemplo, a SmartAL, plataforma de assisted living que fornece um serviço de acompanhamento remoto de doentes crónicos ou idosos. Através de wearables, dispositivos médicos sem fios e até sensorização dos espaços, a SmartAL recolhe e analisa uma panóplia de dados de saúde sobre os seus utilizadores, permitindo aos seus cuidadores – formais ou informais – estar sempre a par do estado de saúde dos mesmos, e de eventuais desvios da normalidade. Neste âmbito, interessa também mencionar a parceria entre a Altice Labs, o laboratório da Universidade Nova de Lisboa, CINEMAT, e a TMG na criação e utilização de sensores de grafeno e tecidos inteligentes para fornecer mais dados. O SmartAL tem ainda incluido um robô, cuja função é ajudar o utilizador em tarefas do dia a dia, como a hora de tomar os medicamentos, ou outros elementos da sua rotina.
Interessante é também a proposta de uso de tecnologia 5G em processos como operações ou ecografias. Em Aveiro, foi possível vislumbrar uma demonstração de uma ecografia com recurso a lentes de realidade mista, que permitem ao profissional de saúde visualizar, em simultâneo, o paciente e, no campo de vista das lentes, a imagem resultante da ecografia, o que lhe permite realizar a tarefa sem desviar o olhar do paciente.
Por outro lado, também se estuda e implementa o uso de tecnologia 5G numa cirurgia remota com a utilização destes mesmo óculos de realidade mista. Em Aveiro, pretendia-se repetir a ligação feita entre Portugal e Zaragoza, há algumas semanas, relativa a uma operação ao cancro da mama que usou esta tecnologia. Desta vez, no entanto, os problemas técnicos impediram a realização desta demonstração.
Outras propostas prenderam-se, por exemplo, com o uso do Medigraf, uma plataforma de ligação segura entre profissionais de saúde, que permite a partilha de dados e análise colaborativa dos mesmos, ou o uso de inteligência artificial, em parceria com o Centro Cirúrgico de Coimbra, para aplicação na área das doenças oculares, mais especificamente no diagnóstico de glaucoma ocular. Com o projeto da Altice Labs, através da recolha de dados e do desenvolvimento de algoritmos e mecanismos de diagnóstico automático, permite-se assim um diagnóstico mais rápido, bem como uma análise de evolução da doença mais completa.
Crescimento em vista Em palco, Alcino Lavrador revelou números impressionantes sobre a Altice Labs: "No último ano o crescimento foi 32% mas desde 2016, quando a Altice Labs foi criada, o crescimento médio da organização é de 25%", disse, revelando que a principal fonte de cresciemtno vem de fora de Portugal, representando o pais apenas 27% do total de receitas. Neste âmbito, questionado pelos jornalistas, o DIretor do centro de inovação revelou que o mesmo procura juntar mais 100 colaboradores aos já 700 que formam a Altice Labs, de forma a dar resposta à crescente procura.